O famoso cronista brasileiro Rubem Braga e o renomado romancista francês Marcel Proust chegaram a compartilhar o mesmo teto em Paris, na Rue Hamelin, cada um em períodos diferentes, com uma diferença de 25 anos entre as suas estadias.
Proust, conhecido por suas crises de asma, viveu no endereço em 1922, enquanto Braga e sua companheira ocuparam um dos quartos do mesmo prédio em 1947, sem saber da antiga conexão. No texto “As velhinhas da rue Hamelin,” Braga descreve a atmosfera parisiense com sua costumeira maestria, narrando cenas do quotidiano com detalhes singulares.
A surpresa veio depois que Braga descobriu, por meio de uma biografia de Proust, que havia morado no mesmo andar, no mesmo prédio, e até mesmo no mesmo quarto que o escritor francês. O cronista brasileiro reconheceu as manchas na banheira e outras características do ambiente mencionadas no livro, confirmando a curiosa coincidência.
Mesmo ironizando sua falta de leitura direta da obra de Proust, Braga declarou em uma crônica ao Diário Carioca que tinha dormido na mesma cama que o autor de “Em Busca do Tempo Perdido”. E, com humor, afirmou ser a autoridade máxima no Brasil para falar sobre Proust, mesmo admitindo não ter lido muito do escritor.
Além do episódio com Proust, Braga viveu outro momento marcante em Paris, quando se envolveu em um intenso romance com Tonia Carrero, uma mulher casada, logo após a Segunda Guerra Mundial.
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