Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que a imagem de Curitiba foi prejudicada pela atuação do ex-juiz Sérgio Moro e da Lava Jato, comparando-a com o período da ditadura militar. A declaração foi feita durante a cerimônia que concedeu a Mendes o título de Cidadão Honorário de Brasília.
No discurso, o ministro contou a história de um estudante da Universidade de Brasília (UnB) detido pela polícia em 1977 e destacou um congresso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) realizado em Curitiba no ano seguinte, que contribuiu para a Lei da Anistia. Mendes criticou a Lava Jato, chamando-a de “organização criminosa” que cometeu abusos.
No aniversário de 10 anos da operação, em março, Mendes reiterou sua posição contrária aos excessos cometidos pela força-tarefa, como prisões prolongadas e delações inconsistentes. Em seu discurso, que durou cerca de 40 minutos, o ministro homenageou Juscelino Kubitschek, responsável pela construção de Brasília.
O título de Cidadão Honorário de Brasília foi concedido a Mendes em 2011, mas a cerimônia de entrega ocorreu recentemente, coincidindo com os 50 anos de atuação do magistrado na capital. A homenagem é destinada a pessoas que contribuem socialmente para o Distrito Federal e deve ser aprovada pela maioria absoluta dos membros da Câmara Legislativa.
Nascido em 1955 em Mato Grosso, Gilmar Mendes é formado em Direito pela UnB e foi nomeado ministro do STF em 2002. Antes disso, atuou como advogado-geral da União. Outros ministros do STF, como Cristiano Zanin, também receberam o título de Cidadão Honorário de Brasília em reconhecimento ao seu trabalho.
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