Com seu padrinho Jair Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal na investigação da trama golpista e enfrentando sucessivas crises na segurança pública, o governador Tarcísio de Freitas tem evitado falar com a imprensa sobre esses assuntos.
Tido como sucessor do ex-presidente e possível candidato à Presidência da República em 2026, Tarcísio não detalhou o que pensa sobre a apuração da PF, segundo a qual Bolsonaro planejou, atuou e teve domínio sobre o plano de golpe.
O governador esteve no Palácio da Alvorada quando Filipe Martins discutiu com Bolsonaro a minuta de golpe, conforme apontou a PF. Embora sua assessoria tenha afirmado que ele visitou Bolsonaro, não participou da reunião com Martins.
Tarcísio tem participado de eventos, mas sem abordar publicamente o tema. Na inauguração de uma metalúrgica, por exemplo, se recusou a responder sobre o relatório da PF e encerrou a entrevista rapidamente.
Políticos que convivem com Tarcísio citam sua proximidade com o ministro Moraes e o aconselhamento de Gilberto Kassab, o que justificaria sua postura de evitar o embate público sobre o assunto.
O governador tem preferido se manifestar por escrito, evitando declarações sobre o atual cenário político. Em eventos públicos, segue um padrão de evitar entrevistas e focar em uma agenda positiva, buscando não se envolver em polêmicas.
Aliados acreditam que Tarcísio busca se preservar para o futuro pleito eleitoral e manter uma imagem de equilíbrio. Ainda que tenha sido defensor de Bolsonaro, sua postura mais reservada tem levantado questionamentos sobre suas reais convicções ideológicas.
O governador enfrenta pressões devido a casos recentes envolvendo a Polícia Militar, mas tem defendido punições e se manifestado a favor da tolerância zero com abusos. Seu silêncio e postura evasiva têm sido frequentes em eventos públicos, onde evita entrevistas e ao mesmo tempo busca evitar conflitos.
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