Líderes do Mercosul se reúnem para discutir acordo com UE e diplomacia argentina
Chefes de Estado do Mercosul se encontram nos dias 5 e 6 de maio no Uruguai para abordar a nova postura diplomática da Argentina, as negociações para um acordo de livre comércio com a União Europeia, a possível adesão do Panamá ao bloco e a participação da Bolívia nas discussões.
O governo brasileiro expressa preocupações sobre a aliança entre o presidente argentino, Javier Milei, e Donald Trump, temendo impactos negativos no Mercosul. No entanto, a recente vitória de Yamandú Orsi no Uruguai, representante da centro-esquerda, e os laços econômicos entre Brasil e Paraguai podem limitar a influência de Milei no bloco.
Milei já indicou intenção de reduzir as ações do Instituto de Políticas Públicas e Direitos Humanos do Mercosul, além de ter retirado a delegação argentina de eventos internacionais. Ele também tem dificultado a construção de consensos em encontros do G20, levantando preocupações sobre a coesão do bloco.
O novo presidente uruguaio, Orsi, é considerado um parceiro estratégico para o Brasil, principalmente nas negociações com a União Europeia. Lula conta com o apoio da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, para impulsionar as conversas, apesar da oposição da França a alguns pontos do acordo.
Reuniões técnicas entre representantes do Mercosul e da UE em Brasília mostraram avanços em temas como questões ambientais e compras governamentais. Especialistas acreditam que a cúpula em Montevidéu pode resultar em progressos significativos nas negociações, mesmo sem um acordo formal.
A nova configuração política no Uruguai pode facilitar o retorno do país ao Mercosul, após anos de tentativas de acordos bilaterais. O Panamá está prestes a se tornar o primeiro país fora da América do Sul associado ao Mercosul, o que pode trazer novas dinâmicas ao bloco.
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