São Paulo – Após apreender 2 kg de metanfetamina e um celular de um suspeito, a Polícia Civil de São Paulo desarticulou uma rede de tráfico de drogas com líderes chineses, nigerianos, mexicanos e portugueses atuando na venda do entorpecente na capital paulista. A Operação Heisenberg resultou na prisão de 60 indivíduos envolvidos nessa organização criminosa.
Inspirada no personagem Walter White da série Breaking Bad, a operação foi deflagrada em dezembro, com a participação de 280 policiais civis que cumpriram 101 mandados de busca e apreensão, além de detenções.
Um cidadão chinês, cuja identidade foi mantida em sigilo, procurou as autoridades devido a uma proposta de trabalho atrativa que o levou ao Brasil, mas acabou descobrindo estar envolvido no tráfico de drogas. A partir desse alerta, a polícia encontrou chineses com 2 kg de metanfetamina em um apartamento em São Paulo, em julho deste ano.
Durante as investigações, policiais descobriram que a metanfetamina estava sendo destinada a hotéis e motéis da cidade, onde atividades de “chemsex” estavam em prática – uma prática que envolve o uso de drogas para intensificar experiências sexuais. Os traficantes chineses, mexicanos e nigerianos atuavam nesse esquema, com chineses sendo os principais produtores e distribuidores da droga, mexicanos reconhecidos pela qualidade e nigerianos oferecendo produtos mais baratos e de qualidade inferior.
Mensagens no celular de um dos presos, Pikang Dong, revelaram a relação entre os membros da organização criminosa, bem como detalhes sobre transações financeiras e logísticas. Dong, que se apresentou como trabalhador da construção civil e usuário de drogas, teve sua versão desmentida pelas mensagens trocadas com outros traficantes, resultando em sua condenação a nove anos de prisão.
Outro personagem importante nessa rede é o traficante chinês Li Xiaozhe, conhecido como “Bruce”, que mantinha contato com Dong e estava envolvido na produção e fornecimento de metanfetamina. Além disso, a polícia identificou a presença de líderes nigerianos, como Francis Philip, e de traficantes mexicanos, como Guilhermo Fabian Ortiz, destacado como um dos maiores fornecedores do entorpecente em São Paulo.
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