Representantes de blocos tradicionais protestam após não serem convocados pelo Carnaval Ouro Negro 2025

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Representantes de blocos tradicionais de Salvador protestam após não serem chamados para participar do Carnaval Ouro Negro 2025. Segundo os organizadores, houve falta de transparência no processo de seleção dos blocos. Eles buscam uma posição do governador para resolver a situação. A Secretaria de Cultura da Bahia afirmou compromisso com a cultura popular local, mas os manifestantes não se mostraram satisfeitos com o encontro.

Diretores de alguns blocos tradicionais de Salvador se reuniram em frente à Secretaria Estadual de Cultura da Bahia (Secul-BA) após não serem convocados pelo edital Carnaval Ouro Negro 2025. O resultado do edital, que recebeu 204 inscrições, foi divulgado no último dia 28 de dezembro. Ao todo, 12 blocos reivindicam presença no Carnaval.

Em anonimato, um representante do grupo afirmou ao Bahia Notícias que cerca de dez blocos ficaram de fora do edital, entre eles blocos com mais de 40 anos de trabalho. “Foi um edital público transformado em pedidos políticos sem transparência, tudo por debaixo dos panos”, denunciou.

Fazem parte da reivindicação os blocos Jaké, Corrente do Samba, Filhos de Jha, Filhos de Marujo, Sol Gera a Dois e Afro Liberdade, que foram convocadas pelo edital como suplentes, e a Associação Cultural e Recreativa Afinidade, que foi desclassificada por não atender os requisitos da disposição geral e por não apresentar uma nova planilha orçamentária de acordo com a faixa aprovada, de R$ 150 mil. Da lista fornecida pelo grupo, os blocos Abuse e Use, Alabê e Afro Liberdade foram aprovados pelo edital.

A maioria dos blocos é do circuito Osmar, que abrange a região do Campo Grande e Avenida Sete. Segundo o grupo, as propostas foram feitas por grupos de advogados projetistas e os blocos já possuem contratos assinados com “banda, trio elétrico, camisas, chapéus, cordeiros e seguranças”.

A intenção do grupo é “chegar até o governador” para um posicionamento sobre a situação envolvendo a secretaria. Os representantes afirmam ainda que a comissão composta para o edital “não teve transparência”.

Em nota, a Secult-Ba confirmou ter recebido os representantes de entidades de matrizes africanas e reafirmado “o compromisso do Governo do Estado com o fortalecimento da cultura popular e identitária em toda Bahia”.

A chefe de gabinete Nadjane Estrela afirmou que todo o processo de seleção e análise de recursos foi conduzido com “muita responsabilidade” por uma comissão formada por servidores públicos e que o processo seletivo ainda cabem recursos hierárquicos.

Sobre a reunião com a Secult-Ba, o representante do bloco afirma que todos do grupo foram ouvidos, mas “não resolveu nada”. “Já perdemos a esperança pelas declarações da comissão, provavelmente não mude nada”, declarou.

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