Dólar poderia estar em até R$ 5,50 e está perto de R$ 6 por barulho interno, diz Mansueto

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Dólar poderia atingir R$ 5,50, mas ronda os R$ 6 devido a questões internas, afirma Mansueto

O economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, destacou em uma palestra recente que a alta do dólar para cerca de R$ 6 se deve a fatores internos. Segundo ele, a cotação poderia estar entre R$ 5,40 e R$ 5,50. Ele alertou que a desvalorização de 30% da moeda brasileira no último ano a coloca como uma das piores em termos de desempenho mundial, ao lado de nações como Venezuela e Líbano.

Mansueto pontuou que a saída de capitais do Brasil devido a incertezas fiscais contribuiu para esse cenário, porém acredita que a retirada de US$ 50 bilhões da B3 não se repetirá em 2025, pois as movimentações necessárias já foram realizadas.

Cenário econômico do Brasil não é negativo

Apesar da necessidade de ajuste fiscal para controlar as contas e restabelecer a confiança na política econômica, o economista assegura que o cenário econômico nacional não é desolador, mesmo com a desaceleração do crescimento. Mansueto frisou que nos últimos anos o país apresentou taxas de crescimento significativas, embora agora esse índice deva cair para algo entre 1,5% e 2%. Ele ressaltou que, embora seja um crescimento menor, não caracteriza recessão.

O cenário, segundo ele, é bem diferente de anos anteriores, com setores fundamentais em funcionamento, investimentos em andamento no setor de energia, baixo desemprego e aumento real da renda do trabalhador. Ainda que o crescimento seja mais contido, Mansueto enfatizou que o consumo deve se manter estável, porém em ritmo inferior aos anos anteriores. Ele relacionou diretamente esse crescimento mais moderado com as altas taxas de juros.

O economista apontou que setores dependentes de financiamento, como bens duráveis e imóveis, serão os mais impactados, enquanto empresas com alto endividamento precisarão reduzir gastos financeiros, o que naturalmente diminuirá o crescimento econômico. Ele reforçou a importância de ajustes claros nas despesas públicas para resolver essa situação.

Nesse contexto, é previsto por Mansueto uma redução na taxa de investimento da economia, atualmente em 17%, já considerada baixa.

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