A subsidiária da multinacional chinesa Hutchison Holdings, responsável pela operação de dois importantes portos nos arredores do Canal do Panamá, foi responsável pela movimentação de 39% do total de contêineres que transitaram pelos portos panamenhos em 2024, conforme divulgado pela Autoridade Marítima do Panamá (AMP).
Dos 9,5 milhões de contêineres, quase 40% passaram pelos portos de Balboa e Cristóbal, administrados pela Panama Ports Company, que faz parte da Hutchison Holdings. Os outros 61% são gerenciados majoritariamente por três outros portos, com investimentos privados dos Estados Unidos, Panamá, Taiwan e Cingapura, com participações de 28%, 16% e 14% respectivamente.
A presença da companhia chinesa nesse setor remonta a 1997, quando obteve a concessão para operar Balboa e Cristóbal, portos por onde transitaram 3,7 milhões de contêineres somente em 2024, segundo a AMP. Recentemente, a empresa portuária tem estado em destaque devido às alegações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o controle da rota marítima pelo governo chinês e a ameaça de intervenção no Canal.
Uma auditoria está em andamento desde a última segunda-feira, conduzida pela controladoria do Panamá, para avaliar o cumprimento do contrato de concessão e a transparência na prestação de contas da empresa em relação aos pagamentos e contribuições ao Estado.
O Panamá permanece fundamental como um centro crucial para o transporte de carga em contêineres, devido à interconexão de seus terminais portuários, conforme ressaltou Max Flórez, diretor de Portos e Indústrias Marítimas Auxiliares da AMP.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, expressa preocupações sobre o potencial uso desses portos chineses para interferir no comércio global através do Canal, em caso de conflito com os Estados Unidos. Apesar disso, desde 1997, a Panama Ports Company vem operando os portos de Balboa e Cristóbal, sem envolvimento nas decisões relacionadas ao Canal, sob uma concessão renovada por 25 anos em 2021.
Inaugurado em 1914, o Canal do Panamá, com 80 km de extensão, é utilizado tanto pelos Estados Unidos quanto pela China, que se destacam como os principais usuários desta importante rota marítima.
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