Uma inovadora tecnologia de interface cérebro-computador (BCI) possibilitou a um homem tetraplégico controlar um drone virtual usando apenas seus pensamentos para movimentar os dedos, algo que ele não consegue realizar fisicamente. Essa tecnologia divide virtualmente a mão em três partes (polegar, dedos indicador/médio e dedos anelar/mínimo), conseguindo traduzir os pensamentos do usuário em comandos precisos para o drone, permitindo que ele navegue por uma pista de obstáculos de forma virtual.
Esse avanço não só abre possibilidades para atividades de entretenimento, como jogos, mas também demonstra um imenso potencial para o trabalho remoto e outras aplicações práticas. O estudo que descreve essa inovação foi publicado na prestigiosa revista Nature Medicine.
Tecnologia avançada para leitura precisa de sinais neurais
Em comparação com abordagens não invasivas, como a eletroencefalografia (EEG), que captam sinais do couro cabeludo, essa BCI requer a inserção de eletrodos diretamente no córtex motor do cérebro, região responsável pelo controle de atividades motoras voluntárias. Isso possibilita uma leitura mais precisa dos neurônios relacionados ao controle dos dedos, alcançando um desempenho seis vezes superior aos métodos baseados em EEG.
Parte dos ensaios clínicos BrainGate2, que exploram a combinação de sinais neurais com aprendizado de máquina para proporcionar novas formas de controle de dispositivos a pessoas com lesões neurológicas, o estudo ilustra como a tecnologia está avançando. O participante, tetraplégico devido a uma lesão na medula espinhal, começou sua colaboração com a equipe de Stanford em 2016, tendo um interesse especial em voar, tornando a simulação de drone uma escolha significativa.
Superando limites e vislumbrando o futuro
Os pesquisadores destacam que o objetivo final é restaurar o movimento de todo o corpo, indo além das necessidades básicas. Eles ressaltam a importância de considerar aspectos como recreação e interação social tão cruciais quanto funções essenciais. A pesquisa aponta para um futuro em que essa tecnologia poderá ser empregada no controle de softwares complexos, como programas de design (CAD), ou até mesmo na composição musical, ampliando horizontes para o uso dessa inovação em diversas áreas.
Essa notável conquista tecnológica não apenas representa um avanço científico significativo, mas também abre caminho para possibilidades antes consideradas inalcançáveis, redefinindo os limites da interação homem-máquina e promovendo inclusão e acessibilidade de forma inovadora.
Comentários Facebook