O aniversário de 40 anos da Axé Music tem gerado debates intensos este ano. Recentemente, a jornalista Maíra Azevedo, conhecida como Tia Má, desencadeou uma reflexão que fez as palavras de Ivete Sangalo viralizarem nas redes sociais.
Em uma participação no programa Sem Censura, transmitido diretamente de Salvador em uma temporada de verão, Tia Má abordou a importância de reconhecer as raízes da Axé, nome que surgiu inicialmente de forma pejorativa, criado pelo jornalista Hagamenon Brito e depois ressignificado por ícones da música baiana.
“A necessidade de discutir a importância dos terreiros de candomblé é essencial, pois se existe Axé Music, que inicialmente foi criado com intenções depreciativas, hoje sabemos que ‘axé’ significa vitalidade. Os maiores percussionistas saíam dos rituais, após tocar os atabaques em reverência aos deuses. Dessa forma, não podemos subestimar a Axé Music. Sabemos que é uma bênção dos deuses presentes na terra”, afirmou Tia Má.
Ao comentar sobre esse contexto, Ivete Sangalo, que já havia se manifestado anteriormente sobre o respeito às religiões de matriz africana, concordou com Tia Má, afirmando que o que foi dito era algo de conhecimento geral, mas que muitos preferem ignorar. “Não precisa de grandes explicações. Todos sabem, mas fingem não saber”, destacou.
O debate em torno do desrespeito às religiões de matriz africana e à Axé Music teve início quando Claudia Leitte substituiu o nome de Yemanjá pela palavra Yeshua na música ‘Caranguejo’. A situação levou a cantora a ser denunciada ao Ministério Público da Bahia e enfrentar acusações de intolerância religiosa.
Em uma conversa com os fãs no final de 2024, Ivete expôs sua relação com a espiritualidade. Sem especificar uma religião em particular, a artista revelou ter uma forte ligação com Deus. Mesmo sendo batizada na Igreja Católica, Ivete afirmou ter profundo respeito pelas religiões de matriz africana, apesar de já ter sido alvo de críticas após visitar um terreiro de candomblé em Salvador.
“Apesar de ser católica por batismo, assim como meus pais, mantenho uma significativa conexão com as religiões de matriz africana, de onde minha música se origina. Respeito imensamente e tenho grande simpatia por essas práticas, pois possuo amigos que desempenham trabalhos generosos e possuem uma incrível força espiritual e fé”, destacou Ivete.
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