A resposta de Pequim

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A ascensão de Pequim na geopolítica mundial

Ao longo da história, impérios de grande poderio jamais imaginaram serem substituídos, até que a realidade se impôs. O Império Romano, potências como os otomanos, portugueses, espanhóis, holandeses, e britânicos, assim como os Estados Unidos pós-Guerra Fria, todos viram sua hegemonia desvanecer. No entanto, a China emergiu de uma guerra civil e anos de violência da Revolução Cultural para se transformar na maior potência industrial mundial, graças a uma estratégia eficiente e econômica.

A abertura chinesa ao mundo propiciou um mercado consumidor em ascensão, atraindo empresas ocidentais em busca de lucratividade. A dependência do Ocidente da produção chinesa resultou em desafios para a democracia global diante da pandemia. A desindustrialização e a interdependência das cadeias de produção fortaleceram Pequim, cuja influência se estende por diferentes continentes, desafiando o domínio econômico do Ocidente.

Governos conservadores e nacionalistas surgiram em resposta a esse cenário, prometendo conter a ascensão chinesa. No entanto, a guerra comercial travada por Trump não foi suficiente para frear o avanço chinês, e medidas tarifárias anunciadas recentemente tanto por Washington quanto por Pequim refletem a complexidade dessa disputa econômica e geopolítica. A China taxa produtos americanos em retaliação às tarifas dos Estados Unidos, mostrando a independência chinesa em setores estratégicos.

Apesar da aparente necessidade de negociações, o fato é que Pequim se posiciona cada vez mais como um jogador global de peso, moldando o rumo das decisões internacionais. A era em que os Estados Unidos ditavam as regras exclusivamente parece ter chegado ao fim, demonstrando a ascensão imponente de Pequim no tabuleiro geopolítico mundial.

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