O coronel Valmor Racorti, responsável pelos batalhões de choque da Polícia Militar (PM) de São Paulo, enfatizou a necessidade de que a reação dos policiais seja proporcional à ameaça enfrentada. Em entrevista ao Metrópoles, o militar abordou a eficiência das câmeras corporais e a complexidade das decisões tomadas em situações de alto estresse.
Racorti, que comanda batalhões como a Rota, COE e Gate, reconhece a importância das câmeras corporais como ferramentas valiosas, porém ressalta as limitações técnicas e cognitivas desses dispositivos. Ele destaca estudos internacionais que comprovam a diferença entre a percepção humana e o que é captado pelas câmeras, evidenciando a necessidade de uma análise crítica sobre o uso e eficácia dessas tecnologias.
O coronel ressalta que a implementação de câmeras corporais em operações policiais suscita diversos desafios, incluindo custos elevados, limitações técnicas, impacto operacional e implicações legais. Ele cita exemplos de forças policiais especiais no exterior que optam por não utilizar esses dispositivos devido à natureza sigilosa de suas missões e à complexidade das operações de alto risco.
Além disso, Racorti aborda a influência do estresse na tomada de decisão dos policiais, destacando que o cérebro humano reage de forma distinta sob pressão, priorizando a autopreservação e ativando respostas automáticas para garantir a segurança em situações críticas. Ele ressalta a necessidade de se considerar esses fatores ao analisar a conduta dos policiais em cenários de risco.
O coronel reforça que a discussão sobre o uso de câmeras corporais e o impacto do estresse na ação policial não buscam justificar falhas ou excessos, mas sim garantir que a avaliação seja feita com base em critérios técnicos e científicos sólidos. A análise dessas questões deve ser realizada de forma imparcial e embasada na ciência, considerando a complexidade das situações enfrentadas pelos policiais e os desafios inerentes à tomada de decisão sob pressão.
Finalize sua leitura refletindo sobre essas importantes questões e como elas podem influenciar a maneira como as ações policiais são avaliadas e compreendidas pela sociedade.

                                    
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