São Paulo – Após a prisão pela Polícia Federal (PF) suspeito de ser o elo entre a ala corrupta da Polícia Civil de São Paulo e o Primeiro Comando da Capital (PCC), o investigador Marcelo Marques de Souza, conhecido como Bombom, teve seu sigilo telemático quebrado.
Análises dos arquivos em seu celular revelaram conversas com contatos do submundo, além de indícios de uso de maconha. Uma foto mostra Bombom dando uma profunda tragada, enviada ao “empresário” Reinaldo Muhammad Mahmud Ayesh, o Vida.
Em depoimento, antes de ser morto em novembro, Vinícius Gritzbach afirmou que Bombom o apresentou a Vida para realizar atividades ilícitas nos departamentos policiais. Trocas de mensagens evidenciam o estreito relacionamento entre os dois.
Navio e cannabis
Num cruzeiro em Salvador (BA) em 2023, Bombom enviou um vídeo a Vida de um restaurante, perto da marina. O relacionamento próximo permitiu até enviar uma foto fumando maconha, como descrito num relatório da PF.
A apreensão de maconha no armário de um policial civil confirma o hábito de Bombom, contradizendo sua profissão. A PF sugere que seja um usuário frequente de maconha, o que vai de encontro à sua função.
Bombom e Reinaldo Muhammad, que mora no mesmo prédio, têm conexões comerciais. Nenhuma defesa foi encontrada até o momento.
Chefe de delegacia
Bombom era chefe de investigações do Cerco, da 5ª Delegacia Seccional da zona leste de São Paulo. Com salário de R$ 12 mil, adquiriu um apartamento luxuoso na região, onde o PCC lava dinheiro do tráfico.
Dados do Coaf indicam movimentação de quase R$ 34,5 milhões em transações bancárias entre 2017 e 2022.
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