Infarto no miocárdio matou mais que câncer no DF. Entenda a doença
A condição mortal que se inicia com a falência dos músculos cardíacos, o infarto agudo do miocárdio, foi a principal causa de óbitos no Distrito Federal em 2024. Segundo dados da Secretaria de Saúde (SES-DF), 714 pessoas vieram a óbito por essa razão, comumente conhecida como ataque cardíaco. Em comparação, o câncer de pulmão, geralmente uma das enfermidades mais letais na capital federal, vitimou 399 indivíduos.
A maioria dos falecidos por infarto no miocárdio no ano anterior era de pessoas com mais de 80 anos, grupo etário que contabiliza 153 vítimas. A pessoa mais jovem afetada tinha entre 15 e 19 anos.
João Poeys Júnior, cardiologista do Hospital DF Star e presidente da Sociedade de Cardiologia do Distrito Federal, explica que, nos homens, a incidência aumenta a partir dos 40 anos, enquanto nas mulheres os riscos crescem após a menopausa.
“É uma emergência cardiovascular decorrente da obstrução aguda de uma das artérias que irrigam o músculo cardíaco. Na imensa maioria das vezes, essa obstrução aguda ocorre sobre uma placa de gordura pré-existente que se ‘rompe’ e forma subitamente um coágulo sobre a mesma, obstruindo o fluxo de sangue”, destaca o especialista.
Ele ressalta que nos últimos anos tem havido um aumento nos casos de infarto em pessoas mais jovens.
Sintomas
O sintoma clássico do infarto é uma dor de pressão no lado esquerdo do peito, que surge de repente, irradiando para o braço esquerdo e a mandíbula, e piora com o esforço físico. Entretanto, existem apresentações atípicas sem dor no peito, principalmente em idosos, mulheres e pacientes diabéticos.
“Nesses grupos de pacientes, o sintoma pode ser falta de ar súbita, cansaço ou dor na parte superior do abdômen (‘dor de estômago’),” complementa Poeys.
A recomendação do médico é que, ao menor sinal de sintomas, as pessoas busquem imediatamente um serviço de emergência. “É extremamente importante realizar um eletrocardiograma em até 10 minutos e, em seguida, ser avaliado por um médico,” destaca.
Sinais de infarto: os primeiros sintomas de um ataque cardíaco
Prevenção
O especialista ressalta que a principal medida preventiva contra o infarto é adotar um estilo de vida saudável, com boa alimentação e a prática de atividades físicas por no mínimo 150 minutos por semana. Algumas outras medidas preventivas incluem:
- Evitar o estresse
- Manter a pressão arterial controlada
- Abster-se do tabagismo
- Manter a glicemia normal e, principalmente, controlar o colesterol.
“São medidas que evitam a formação de placas de gordura, que levam ao infarto. Portanto, a conscientização sobre essas práticas deveria começar idealmente nas escolas. Entre todos os fatores mencionados, o colesterol ruim alto (LDL-colesterol) é o fator de risco primordial para o surgimento das placas de gordura,” finaliza.
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