Recentemente, veio à tona uma denúncia do Ministério Público de São Paulo que lança luz sobre a relação entre o cantor e ex-vereador Netinho de Paula e Ademir Pereira de Andrade, suposto operador financeiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). De acordo com o documento, que envolve Ademir e outras 11 pessoas, incluindo policiais civis, em atividades relacionadas a crimes como lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e corrupção, Netinho é mencionado no contexto de realizar empréstimos com o referido agiota, apelidado pelo cantor de “Banco da gente”.
Conversas reveladas após a quebra de sigilo do celular de Ademir evidenciam trocas de mensagens entre ele e Netinho discutindo empréstimos que chegam a valores de R$ 500 mil e R$ 2 milhões. Em uma dessas mensagens, datada de maio de 2023, Netinho se compromete a pagar os juros conforme for possível: “As questões dos juros eu vou pagando para você o que for dando aí, pode ficar tranquilo tá bom?”, afirmou o cantor.
Além disso, a denúncia destaca articulações entre Ademir e Netinho para favorecer líderes do PCC presos, como Décio Português e Fuminho, na Penitenciária Federal de Mossoró (RN). Netinho teria fornecido informações sobre visitas técnicas de órgãos de direitos humanos à penitenciária. Em entrevista ao portal Leo Dias, o cantor admitiu conhecer Ademir faz oito anos, tendo feito shows por ele contratados e solicitado empréstimos, porém ressaltou que ficou surpreso com a associação de Ademir ao PCC.
A denúncia revela um esquema ilícito envolvendo policiais civis e empresários para favorecer o PCC, incluindo crimes como corrupção, tráfico e homicídios. Destaca-se o assassinato de Vinicius Gritzbach, delator do grupo, ocorrido no Aeroporto de Guarulhos em 2022. O Ministério Público requer uma indenização de R$ 40 milhões dos envolvidos pelos prejuízos causados e lucros ilícitos obtidos.
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