A articulação entre militares e manifestantes para golpe; ouça áudios

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Investigações da Polícia Federal (PF) revelaram 25 áudios que expõem a estreita relação entre militares e apoiadores bolsonaristas que acamparam em frente ao quartel do Exército, desencadeando os protestos que culminaram na depredação da Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro. Um dos áudios revela o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida incentivando manifestantes a marcharem em direção ao Congresso, prevendo uma possível invasão em massa, que ele acredita que a polícia não seria capaz de conter.

Neste cenário, Marques de Almeida, atuando no Comando de Operações Terrestres do Exército (Coter), teria habilmente empregado técnicas de operações psicológicas para alimentar informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro, contribuindo para o que a PF descreve como um “golpe de Estado em andamento”.

Em outra passagem, nos áudios, o tenente-coronel discute a possibilidade de ultrapassar “as quatro linhas” da Constituição como uma medida para combater o que ele alega como abusos e invasões, um discurso frequentemente empregado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para justificar suas ações controversas durante seu mandato.

Além disso, um áudio do coronel José Sávio revela sua orientação para intensificar e melhorar a qualidade dos protestos, sinalizando uma estreita relação entre os militares e os manifestantes, com o objetivo de pressionar o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) a tomar medidas que revertessem o resultado das eleições presidenciais.

Os desdobramentos dessas revelações resultaram na denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra 34 pessoas, incluindo 24 militares e figuras proeminentes como Jair Bolsonaro, Mauro Cid, Walter Braga Netto, Mario Fernandes e Guilherme Marques de Almeida. A PGR sustenta que os eventos de 8 de janeiro foram o desfecho de uma série de ações premeditadas, que incluíam os acampamentos em frente aos quartéis, e que contaram com a cumplicidade da ala militar e apoiadores civis em um esquema de interferência militar.

Essas revelações evidenciam uma trama articulada entre militares e manifestantes, revelando um perigoso jogo de interesses com potencial ameaça à ordem democrática do país.

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