PF indicia “concierge do crime” que ligava PCC à máfia italiana

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A Polícia Federal indiciou Willian Barile Agati, conhecido como o “concierge do crime organizado”, especialmente do Primeiro Comando da Capital, o PCC. Agati foi indiciado por organização criminosa, tráfico de drogas e obstrução da justiça, como alvo da operação Mafiusi, realizada pela PF em dezembro de 2024. O caso foi encaminhado à justiça para decisão sobre apresentação de denúncia contra ele e outros 13 indiciados.

Atualmente detido, ele é descrito como líder de uma organização criminosa envolvida no tráfico internacional de drogas por meio de navios e aeronaves. Conhecido como “concierge do crime”, Agati era responsável por fornecer uma variedade de serviços para o PCC, incluindo logística para o narcotráfico, lavagem de dinheiro, provisão de aeronaves, veículos, imóveis e artigos de luxo.

Entre suas atividades, também atuava na intermediação com compradores na Europa, sendo o responsável por uma rota marítima entre o porto de Paranaguá (PR) e Valência, na Espanha, além de operar uma rota aérea entre o Brasil e aeroportos na Bélgica.

Seus clientes no exterior incluíam a máfia calabresa ‘Ndrangheta. Durante as investigações da operação Mafiusi, a PF prendeu os italianos Nicola e Patrick Assisi, apontados como lideranças da máfia.

Outro serviço oferecido por Agati ao PCC foi a obtenção de “carteira de cônsul” do Consulado da República de Moçambique, visando resgatar Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, foragido em Moçambique e integrante da alta cúpula do PCC. Fuminho, braço direito de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi preso em 2020.

Integrante proeminente do PCC, Fuminho é considerado braço direito de Marcola.

No que diz respeito ao financiamento, Agati esteve envolvido em transações com o time de futebol do Cruzeiro, repassando cerca de R$ 3 milhões ao longo de um mês, de forma fracionada. A PF aponta indícios de que esse valor possa ser proveniente do tráfico internacional de drogas. Além disso, chamou atenção o fato de que o Cruzeiro começou a devolver parte do dinheiro após três dias da última transferência, por meio de “transferências bancárias iniciadas em 19/03/2021 e que perduraram até 26/06/2022”.

A PF destaca que as transações com o Cruzeiro Esporte Clube estão relacionadas a uma negociação de jogador de futebol, indicando indícios de uma operação fraudulenta para lavagem de dinheiro, conforme análise conjunta dos dados bancários e demais elementos da investigação.

O caso de Willian Agati revela conexões complexas entre o crime organizado, o tráfico internacional de drogas e a lavagem de dinheiro, evidenciando a necessidade de medidas firmes para combater essas atividades ilícitas.

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