Após a ação da Polícia Federal na sede da R7 Facilities, empresa prestadora de serviço para órgãos públicos, funcionários expressam receio de novos atrasos salariais. A demora nos pagamentos é uma realidade constante para os colaboradores, como relata uma recepcionista que trabalha no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH).
Trabalhando na R7 Facilities há quase dois anos, a recepcionista já enfrentou vários atrasos salariais, incluindo adiamento do pagamento do vale-alimentação. Ela compartilha sua preocupação com o possível fechamento da empresa após a intervenção policial, temendo ficar sem receber seus direitos em caso de falência.
Diante da falta de suporte ao trabalhador terceirizado no serviço público, a situação torna-se ainda mais crítica, onde ministérios e empresas contratantes se esquivam da responsabilidade, deixando os colaboradores desamparados.
O clima de incerteza se intensifica com a revelação de possíveis irregularidades na empresa, como o uso de “laranjas”, alimentando o medo coletivo de falência iminente. A instabilidade causada pelo receio de fechamento abrupto da empresa é um temor compartilhado por todos os funcionários.
O desconforto de uma possível quebra da empresa, a incerteza do futuro financeiro e as notícias recentes que ecoam problemas internos aumentam a apreensão entre os colaboradores.
O ex-policial civil e ex-deputado distrital Carlos Tabanez, citado nas discussões, já se apresentou como fundador da R7 e distribuiu brindes aos funcionários. A empresa enfrenta pelo menos oito investigações civis e duas ações civis no Ministério Público do Trabalho (MPT) por diversas irregularidades trabalhistas.
Demissões após protestos
Recentemente, a R7 Facilities demitiu oito funcionários que protestavam contra atrasos salariais, fato esse interpretado como motivação política por um dos demitidos. “Fui demitido por cobrar meus direitos e exigir cumprimento contratual”, afirma a ex-colaboradora.
A empresa alegou não ter promovido desligamentos em massa, declarando compromisso com colaboradores, clientes e fornecedores. Porém, as demissões após os protestos geram questionamentos sobre a conduta ética da empresa diante das reivindicações dos trabalhadores.
Operação Dissímulo: 26 mandados de busca e apreensão
A Operação Dissímulo, realizada pela Polícia Federal em conjunto com órgãos de controle, buscou desarticular um grupo acusado de fraudar licitações na área de terceirização. Foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão em endereços relacionados à R7 Facilities e outras empresas.
As investigações, iniciadas em abril de 2024, apontam para a associação de empresas em práticas fraudulentas envolvendo laranjas como sócios para obter vantagens indevidas em licitações. A R7, alvo da operação, enfrenta acusações graves e não se manifestou publicamente sobre o caso.
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