O ex-presidente Jair Bolsonaro insiste em manter sua candidatura ao Palácio do Planalto em 2026, adotando uma estratégia que inclui pressão por meio de movimentos populares e apoio de aliados internacionais diante da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) que o acusa de liderar um suposto esquema golpista.
A intenção de Bolsonaro é preservar seu capital político enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) se organiza para julgá-lo ainda este ano, visando evitar influências nas futuras eleições presidenciais.
A divulgação dos depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, expôs detalhes das acusações feitas pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Os mais recentes desdobramentos incluem a acusação de Bolsonaro, juntamente com outras 33 pessoas, por crimes como tentativa de subverter violentamente o Estado democrático de Direito, golpe de Estado e envolvimento em organizações criminosas.
Bolsonaro pretende levar sua candidatura adiante, argumentando que sua substituição por outro nome prematuramente poderia fragilizá-lo no campo ideológico e reduzir suas chances de evitar uma possível prisão e inelegibilidade até 2030.
A estratégia adotada guarda semelhanças com a de Lula em 2018, quando se lançou candidato enquanto estava preso, e Fernando Haddad foi oficializado apenas em setembro daquele ano.
Enquanto o STF decide sobre a admissão da denúncia e a transformação dos acusados em réus, Bolsonaro e seus aliados planejam ações para alterar a atual narrativa desfavorável, apostando na mobilização popular e no apoio de entidades internacionais, alegando serem vítimas de perseguição.
Além disso, há uma reformulação dos protestos marcados para 16 de março, com foco em Copacabana (RJ) e no slogan “Fora, Lula”, visando anistia e questões eleitorais.
“Tirar o direito de um homem de concorrer por causa de uma reunião é atentado à democracia. Para a direita, Bolsonaro é a única opção viável, e vamos persistir nisso até o fim”, declarou a senadora Damares (Republicanos-DF).
Ao mesmo tempo, aliados afirmam que o verdadeiro “golpe” seria impedir Bolsonaro de concorrer em 2026. A liberação da delação de Cid acarretou em novos desgastes para o grupo bolsonarista, com a revelação de mais detalhes sobre o suposto plano golpista.
Apesar dos avanços nas investigações e da proximidade de um possível julgamento, os cálculos da direita se baseiam, por ora, em fatores políticos. O desfecho do processo pode ser afetado pelas condições sociais e pelo clamor público, sobretudo se a popularidade de Lula continuar em declínio.
O desfecho do caso promete ser impactante e influenciado pelo cenário político, com desdobramentos imprevisíveis no horizonte.
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