Com a mediação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Jair Bolsonaro deu início a uma iniciativa para se aproximar de um antigo desafeto de seus apoiadores, Gilberto Kassab (PSD), buscando o respaldo do partido para um projeto de anistia aos detidos em 8 de janeiro.
Em um almoço reservado no Palácio dos Bandeirantes, na segunda-feira passada (10), Kassab e Bolsonaro se reuniram para discutir a questão da anistia, em um momento em que pairam expectativas sobre uma possível denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente por sua suposta participação em um episódio de tentativa de golpe de Estado no fim de seu mandato.
Os apoiadores de Bolsonaro se mostram otimistas em relação à possibilidade de aprovação de uma lei de anistia, especialmente após declarações do recém-eleito presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que classificou os eventos de 8 de janeiro de 2023 como “graves”, mas não como “um golpe”. Isso leva o grupo a crer que existe a chance de o tema ser pautado no Legislativo, contando com o possível peso favorável do PSD na aprovação.
Embora Kassab atualmente almeje ser indicado como vice-governador em uma eventual reeleição de seu aliado Tarcísio, ele enfrenta resistência por parte dos seguidores bolsonaristas do governador. O almoço com Bolsonaro visou, sobretudo, estabelecer uma primeira aproximação em meio a conflitos prévios.
Segundo informações obtidas, Kassab não mencionou explicitamente a possibilidade de um acordo durante a conversa, indicando que se tratava mais de um primeiro passo em direção à reaproximação, dadas as hostilidades anteriores entre ambos.
Embora tenha feito críticas públicas a Kassab por sua associação com o governo anterior, Bolsonaro expôs seus argumentos para o ex-aliado durante o encontro, que parece não planejar nenhum movimento imediato, preferindo aguardar o desenrolar das acusações pendentes.
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