Cenários para Lula em 2025
Com o governo focando exclusivamente na receita para manter o equilíbrio fiscal, a arrecadação é vital para fechar as contas. No entanto, o crescimento econômico se torna imprescindível, e a política do Banco Central de elevar a SELIC cria um obstáculo significativo.
No melhor cenário, a economia se reajusta e a inflação retorna à normalidade, permitindo um pouso suave em 2025, sem grandes impactos para empresas e famílias, que conseguem gerir suas dívidas efetivamente.
Mesmo com um crescimento mais moderado, a arrecadação se mantém estável e os gastos são controlados por meio de congelamentos e bloqueios no orçamento. Em 2026, a redução sustentável da taxa de juros é alcançada e Lula anuncia um novo pacote de estímulos, reforçando suas chances de reeleição.
No pior cenário, empresas e famílias altamente endividadas sofrem com o aumento expressivo dos juros. Em vez de um pouso suave, o país enfrenta um forte impacto na atividade econômica, resultando em recessão.
Nesse contexto adverso, a popularidade de Lula é posta à prova. O presidente, que fala em “hora da colheita”, enfrenta o desafio de lidar com ajustes em um momento complicado.
Diante das adversidades, Lula adota uma estratégia de comunicação para transformar a crise em oportunidade política, demonstrando sua disposição em enfrentar os desafios econômicos com narrativas convincentes.
Mesmo mantendo o Banco Central em ação, Lula promove iniciativas voltadas para o aumento do poder de compra das famílias, como isenções fiscais e crédito consignado. Essas ações podem retardar os efeitos das medidas do Banco Central, criando um ciclo vicioso.
Com a economia desacelerando e a popularidade em xeque, Lula abandona as diretrizes do Banco Central e flerta com medidas populistas para se fortalecer visando 2026. O quadro eleitoral se torna imprevisível, com um aumento das políticas de transferência e intervenções econômicas.
Leonardo Barreto é doutor em Ciência Política e sócio da consultoria Think Policy
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