Após a imposição de tarifas pelo governo de Donald Trump às importações de produtos chineses, a China rapidamente contra-atacou com medidas semelhantes direcionadas aos combustíveis, veículos e máquinas agrícolas dos Estados Unidos. Esta ação marca o início de uma intensa guerra comercial entre as duas maiores economias globais. Além disso, a China apresentou uma reclamação à Organização Mundial do Comércio (OMC) em defesa de seus interesses contra as tarifas norte-americanas.
As tarifas de retaliação anunciadas por Pequim surgiram logo após a entrada em vigor das tarifas adicionais de 10% estabelecidas por Trump. Enquanto o presidente dos EUA também havia proposto tarifas de 25% ao Canadá e ao México, ele adiou a implementação por 30 dias em troca de maior cooperação na segurança das fronteiras para combater o tráfico de fentanil.
O Ministério das Finanças da China divulgou a aplicação de tarifas de 15% sobre o carvão e gás natural liquefeito (GNL) dos EUA, e de 10% sobre o petróleo bruto, máquinas agrícolas e determinados modelos de veículos. A medida foi uma resposta direta ao aumento unilateral das tarifas pelos Estados Unidos, conforme declarado pelo ministério.
Além das tarifas, autoridades chinesas abriram uma investigação contra a empresa americana Alphabet (controladora da Google) por supostas violações antitruste, e incluíram as marcas de moda PVH (proprietária da Tommy Hilfiger e Calvin Klein) e a empresa biotecnológica Illumina em uma lista de “entidades não confiáveis”. Ademais, foram anunciadas restrições à exportação de metais e produtos químicos raros, como tungstênio, telúrio, bismuto e molibdênio, utilizados em diversas indústrias.
Enquanto isso, Trump sustentou as novas tarifas contra Canadá, México e China como represálias pela falta de cooperação na contenção do fluxo de migrantes e drogas para os EUA. No entanto, acordos de última hora foram alcançados com a presidente mexicana Claudia Sheinbaum e o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, resultando na suspensão temporária da implementação das tarifas.
O presidente americano planeja contatar o presidente chinês Xi Jinping em breve para buscar um acordo semelhante. Os EUA responsabilizam a China pela entrada de fentanil no país, um opioide sintético extremamente potente associado a milhares de mortes por overdose anualmente. A China é acusada de enviar componentes químicos para o México, onde são processados em fentanil e, posteriormente, exportados ilegalmente para os EUA.
Em relação ao México, medidas violentas contra cartéis de drogas foram temporariamente suspensas após uma conversa diplomática entre Trump e Sheinbaum. No entanto, o México se comprometeu a reforçar sua fronteira com a presença de 10.000 agentes da Guarda Nacional para conter o tráfico de drogas, em especial de fentanil.
Enquanto isso, Trudeau anunciou a mobilização de quase 10.000 agentes para proteger a fronteira canadense, a classificação dos cartéis como organizações terroristas e a designação de um líder para combater o tráfico de fentanil.
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