O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) alertou que a alta nos preços dos alimentos persistirá a médio prazo. Segundo a ata do Copom, a inflação enfrenta um cenário desafiador, em especial no curto prazo, destacando o expressivo aumento nos preços dos alimentos, impulsionado pela estiagem e pela elevação dos valores das carnes, afetada pelo ciclo pecuário.
O documento ressalta que o aumento nos preços dos alimentos tende a se prolongar para o médio prazo, devido aos mecanismos inerciais significativos da economia nacional. Além disso, a valorização cambial recente pressiona os preços e as margens dos produtos industrializados, indicando maiores incrementos nesses setores nos próximos meses.
Em relação aos serviços, cuja inércia é maior, a inflação se mantém acima do limite aceitável para o cumprimento da meta, em um contexto de atividade econômica dinâmica que acelerou nas últimas observações.
O Copom recentemente elevou a taxa Selic para 13,25% ao ano, com expectativa de novos aumentos ainda no primeiro trimestre, aproximando-a de 15% ao ano. O mercado financeiro projeta que a Selic permanecerá em 15% ao ano até o final de 2025, com a inflação ultrapassando o teto da meta, estimada em 5,51% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Além disso, o Copom reforçou a importância de reformas estruturais e disciplina fiscal, alertando que a falta de ações nessas áreas pode elevar a taxa de juros neutra da economia, prejudicando a eficácia da política monetária e o custo para reduzir a inflação em termos de atividade econômica.
Existe a possibilidade de descumprimento da meta de inflação em junho de 2025, conforme projeções indicam que a inflação acumulada em 12 meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância nos próximos seis meses consecutivos. Isso poderia resultar no não cumprimento da meta sob a nova sistemática do regime.
Sob a nova regra, se a inflação acumulada ficar fora da faixa de tolerância por seis meses seguidos, o BC precisa justificar por carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as razões para o descumprimento. Esta medida é necessária, pois a autoridade monetária é responsável por controlar a inflação por meio da taxa Selic, determinada pelo Copom a cada 45 dias.
Diante desse cenário, é fundamental acompanhar de perto as decisões e projeções do Copom, que têm impacto direto no controle da inflação e na política monetária do país.
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