Era uma manhã na década de 1970 quando militares vestidos de civis entraram na casa dos Alcântara, levando Abelardo Rausch de Alcântara, sem retorná-lo à sua família. Com o passar dos anos, a verdade sobre sua morte foi deturpada pelas autoridades da época, que alegaram um acidente de carro forjado como causa do óbito.
Mais de cinco décadas depois, a certidão de óbito de Abelardo será finalmente corrigida, assim como a de outros desaparecidos durante a ditadura militar. Esse é o caso também de Rubens Paiva, vítima de um destino similar ao de Alcântara.
A Comissão Nacional da Verdade revelou que os relatos oficiais foram construídos sobre mentiras, como no caso de Henrique Ornellas, advogado criminalista que teve sua morte forjada como suicídio. A investigação posterior desvendou a verdade por trás de sua morte.
Em um movimento de reparação histórica, familiares das vítimas terão acesso às novas certidões de óbito, evidenciando a violência perpetrada pelo Estado. A correção desses registros é não apenas um ato de justiça tardia, mas também um resgate da dignidade das vítimas e de suas famílias, encerrando um ciclo de dor e ocultação da verdade.
A resolução do Conselho Nacional de Justiça que determina a retificação das certidões é um marco crucial na busca pela memória e reconhecimento das violências cometidas durante um período sombrio da história brasileira. É um passo em direção à verdade, à reparação e ao reconhecimento das atrocidades do regime militar.
Veja entrevista:
A entrega dos novos documentos aos familiares possibilitará o acesso à justiça e à reconstrução das narrativas verdadeiras, resgatando a memória daqueles que foram silenciados pela violência do Estado.
Comentários Facebook