Em 1963, os Vingadores surgiram nos quadrinhos da Marvel, uma época em que o pagode ainda não existia, mas o samba já ecoava fortemente. Essa atmosfera foi fundamental para conceber a ideia de mesclar elementos do samba com a percussão, originando o pagode baiano.
A conexão com os Vingadores se estende até os dias de hoje. Em 61 anos, o cantor Márcio Victor tornou-se uma espécie de Nick Fury do pagode, reunindo os grandes nomes da era de ouro do gênero para gravar “Molen-Molen”, carinhosamente apelidado de “Vingadores do Pagode” pelo público. Esse sucesso destacou um ponto crucial para a música baiana: o resgate do pagodão clássico, com a participação de artistas como Falcão da Guig Guetto, Flavinho do Pagod’art, Rubynho, ex-Oz Bambas e Compadre Washington.
Para muitos, esse momento representa um retorno nostálgico, mantendo vivo o pagode mesmo diante das transformações musicais. Embora haja críticas aos novos estilos da nova geração, a atual fase é celebrada por todos.
O cantor e compositor Diumbanda, da Companhia do Pagode, compartilhou com o Bahia Notícias sua visão sobre o ressurgimento do pagodão tradicional, evidenciando a forte aceitação do público: “O movimento de retorno do pagode está sendo muito bem recebido em todos os lugares, seja nas rádios, televisão, em tudo que estamos fazendo. A receptividade nos shows é excepcional”, afirmou.
Como parte da primeira geração do pagode, ligada ao Gera Samba, Diumbanda enfatizou que a swingueira merece mais destaque, desde que haja uma mudança nas letras. “Não tenho nada contra os outros artistas. É uma batida agradável, só precisamos mudar as letras. O problema está todo nas letras, mas é um estilo que deveria ter mais visibilidade”, pontuou.
Neste ano em que o Axé Music completa quatro décadas, a Companhia do Pagode se sente parte integrante desse movimento. “Somos uns dos pioneiros, né? Costumávamos ensaiar em um clube chamado Cruz Vermelha nos anos 80. Desde então, consolidamos nossa presença no cenário musical”, acrescentou.
Falcão, vocalista da Guig Guetto, compartilha da ideia de que o pagode está inserido na essência do Axé Music. Com duas décadas de estrada, ele destacou a importância desse marco para o grupo: “Estamos na metade da trajetória do Axé, contribuindo com a musicalidade do Carnaval da Bahia. Este ano é especial e merece ser comemorado”, ressaltou.
“Ano após ano, dedicamo-nos a levar a música baiana para todos os cantos do Brasil, proporcionando diversão e dança ao público”, completou. Integrando o time dos “Vingadores”, ao lado de Márcio Victor, a Guig Guetto surgiu no verão dos anos 2000 e embalou diversos outros verões ao longo de sua trajetória.
Mesmo representando a velha guarda, Falcão enfatiza não ter preconceitos em relação aos novos estilos surgidos no gênero musical. “Acredito que tudo é um reflexo do meio. O Naipe surgiu da necessidade de um povo, de um lugar, assim como nosso pagode também”, esclareceu.
“Atuo desde antes da Guig, que já tem mais de 20 anos, e percebemos que a mudança é um reflexo da sociedade. Portanto, apesar de termos uma abordagem específica, não temos preconceitos em relação aos outros estilos de pagode. Tudo isso faz parte da cultura”, concluiu.
GUIG GHETTO NO CARNAVAL
Presente no Carnaval de Salvador, Guig Guetto trará o tema “Guig 20 Axé 40”, relembrando a energia que marcou o início do movimento. No final do ano passado, o grupo gravou um audiovisual comemorativo com participações especiais de Márcio Victor e Flavinho, do Pagod’art.
– 23/02 – Salvador – BA (Furdunço)
– 27/02 – Salvador – BA (Trio Campo Grande)
– 28/02 – Salvador – BA (Paripe)
– 01/03 – Salvador – BA (Trio Campo Grande)
– 01/03 – Salvador – BA (Palco Liberdade)
– 03/03 – Salvador – BA (Palco Itapoan)
– 03/03 – Salvador – BA (Palco Boca do Rio)
– 03/03 – Salvador – BA (Trio Barra-Ondina)
– 04/03 – Salvador – BA (Trio Campo Grande)
– 04/03 – Salvador – BA (Trio Barra-Ondina)
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