El Salvador firma acordo inédito com os EUA para aceitar deportados de qualquer nacionalidade e prisioneiros americanos
Nesta terça-feira (4), o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, está em El Salvador para discutir uma proposta inovadora com o presidente Nayib Bukele. A proposta inclui a transferência de prisioneiros americanos e imigrantes ilegais deportados dos EUA para prisões em El Salvador em troca de compensação financeira, cujo valor ainda não foi determinado. Essa iniciativa surge em meio aos esforços do governo Trump para reduzir a presença de imigrantes ilegais no país. No entanto, enfrenta desafios legais significativos, uma vez que a Constituição dos EUA não permite a deportação de cidadãos americanos ou residentes legais para outros países.
A proposta de Bukele poderia facilitar a deportação de imigrantes ilegais para os EUA, especialmente aqueles de países com governos não aliados, como Cuba e Venezuela, que têm dificuldades em aceitar o retorno de seus cidadãos. No entanto, a ideia de transferir prisioneiros americanos para outro país é praticamente inédita e levanta questões jurídicas complexas. A viabilização dessa proposta exigiria alterações na legislação americana, um processo que certamente provocará debates intensos nos EUA, assim como ocorreu em outras questões migratórias no governo Trump.
Além das questões legais, existem preocupações em relação às condições das prisões em El Salvador. O Departamento de Estado dos EUA as considera severas e perigosas, sendo um argumento potencial para oposição à proposta. Desde 2022, mais de 83.000 pessoas foram detidas em El Salvador durante o governo de Bukele, muitas delas sem ordem judicial, levantando sérias preocupações sobre violações de direitos humanos. Embora a redução da violência no país seja evidente, a questão dos direitos humanos continua sendo crucial.
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