O Banco Central ressaltou nesta terça-feira (4) que as expectativas de inflação aumentaram significativamente nos últimos meses. O Comitê de Política Monetária (Copom) analisou, na ata de sua última reunião, que existem fatores elevando a inflação, especialmente a desancoragem das expectativas. Além disso, o superaquecimento da economia e a condução da política econômica com impacto nas taxas de câmbio também estão entre os elementos de pressão identificados.
A desancoragem das expectativas de inflação, inclusive em prazos mais longos, tem sido um ponto recorrente nas discussões do Copom. Esse cenário gera reajustes de preços e salários acima da meta de inflação, tornando necessária uma política mais rigorosa do que seria em circunstâncias contrárias. O comitê avalia que esse risco persiste à medida que a desancoragem se mantém, influenciando a magnitude e frequência dos ajustes de preços e salários.
O Copom reiterou sua projeção anunciada em dezembro e reforçada na semana passada, indicando um aumento de 1 ponto percentual na taxa de juros, que alcançará 14,25% ao ano, na próxima reunião do comitê.
No que diz respeito ao superaquecimento, a preocupação está centrada nos impactos sobre a inflação de serviços. O Copom observa que, ao longo dos últimos trimestres, e com base nos dados de atividade, a avaliação do grau de aquecimento da economia foi modificada, considerando agora um hiato do produto positivo. Além disso, a influência da condução da política econômica interna e externa sobre a taxa de câmbio foi discutida.
O comitê acompanha de perto os movimentos cambiais, que têm reagido especialmente às notícias fiscais locais, à política econômica dos Estados Unidos e às diferenças de juros. A implementação de certas políticas nos EUA pode afetar os preços dos ativos locais. A conclusão do Copom é que, embora parte dos riscos já tenha se concretizado, eles permanecem relevantes no futuro.
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