Fala de Lula sobre Foz do Amazonas irrita cúpula e técnicos no Ibama por interferência política

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A pressão do presidente Lula sobre o Ibama para acelerar o licenciamento dos estudos de exploração de petróleo na Bacia Foz do Amazonas tem gerado insatisfação entre os técnicos do órgão e a cúpula do Ministério do Meio Ambiente. Segundo relatos, a interferência política tem sido intensa, comprometendo o processo formal de análise.

Nas críticas feitas por Lula ao órgão ambiental, ele mencionou dificuldades no licenciamento dos estudos necessários antes do início da produção de petróleo. A situação causou desconforto no Ibama, que tem sido pressionado a acelerar a licença, sem respeitar as análises técnicas essenciais para a questão ambiental.

Essa pressão tem colocado à prova a relação da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e a indicação de Rodrigo Agostinho, amigo pessoal de Marina e atual presidente do Ibama. Um eventual afastamento de Agostinho neste momento seria considerado uma decisão desastrosa, evidenciando um controle excessivo sobre questões técnicas a poucos meses da COP30.

Mesmo com atualizações dos estudos entregues pela Petrobras ao Ibama indicarem autorização em breve para pesquisas no bloco 59, Lula tem insistido em acelerar o processo, visando evitar impactos durante a COP30. Nesse cenário, o nome do ministro Márcio Macêdo foi cogitado para substituir Agostinho, porém, sua indicação é vista como meramente política e distante da afinidade de Marina Silva.

A Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema) se posicionou oficialmente contra pressões políticas que interfiram no trabalho técnico do Ibama, reforçando o compromisso com a proteção ambiental e a independência do órgão diante de interesses político-econômicos. Destacaram ainda a importância da análise técnica cuidadosa em projetos de grande impacto socioambiental, especialmente em áreas sensíveis.

Diante dessas tensões, a postura do governo em acelerar o licenciamento ambiental coloca em xeque compromissos internacionais importantes, especialmente às vésperas da COP30, evidenciando riscos à governança ambiental diante de posições que negligenciam a ciência e a legalidade.

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