Gasto militar sob Lula tem mais investimento e menos despesa com pessoal

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No início do governo de Lula (PT), os gastos militares no Brasil passaram por mudanças significativas, com destaque para um aumento nos investimentos e uma redução nos gastos com pessoal, algo pouco comum na história do setor. Embora seja necessário um acompanhamento a longo prazo para avaliar a situação, essa mudança já se destaca como uma novidade.

Em 2022, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), o Brasil direcionou 6,8% do orçamento de defesa para investimentos, enquanto no ano anterior esse valor foi de 7,4%. A rubrica de investimentos, corrigida pela inflação, aumentou de R$ 8,6 bilhões para R$ 9,2 bilhões.

Por outro lado, os gastos com ativos e inativos foram reduzidos de 80% para 78,2% do total, passando de R$ 101 bilhões para R$ 96,6 bilhões, principalmente devido à falta de reajuste. No entanto, os servidores civis terão um aumento este ano, o que representará um impacto adicional de R$ 17,9 bilhões na folha de pagamento.

Embora essas mudanças representem um avanço, as distorções nos gastos do setor militar ainda persistem. Os altos gastos com pessoal, principalmente com inativos, continuam sendo uma questão a ser abordada. Medidas como a reforma previdenciária dos militares e um projeto em análise no Congresso para alterar parâmetros de aposentadoria podem não ser suficientes para alterar o cenário de forma significativa.

No que diz respeito aos investimentos, o padrão brasileiro ainda está aquém do recomendado pela Otan, que sugere destinar 20% do orçamento de defesa para equipamentos e programas. Enquanto alguns países membros da Otan alcançam essa meta, o Brasil permanece estagnado em torno de 1% de seu PIB para gastos militares.

Além disso, questões relacionadas às práticas políticas no Brasil, como emendas parlamentares direcionadas a programas que não estão necessariamente ligados à defesa nacional, também levantam preocupações. A reorganização de programas e a busca por uma alocação mais estratégica de recursos são fundamentais para garantir a eficiência e a eficácia dos gastos militares no país.

Em resumo, apesar de alguns avanços, o cenário dos gastos militares ainda demanda atenção e a implementação de medidas mais abrangentes para garantir uma gestão eficiente dos recursos e um investimento adequado em equipamentos e programas necessários para a defesa nacional.

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