A relação comercial entre Brasil e Estados Unidos em relação ao etanol tem sido marcada por tensões persistentes ao longo dos anos. O setor sucroalcooleiro brasileiro está atento a potenciais medidas comerciais adicionais por parte dos Estados Unidos, especialmente em relação ao etanol. O diretor global de Relações Internacionais da Raízen, Paulo Macedo, informou à embaixada brasileira em Washington sobre a possível imposição de tarifas sobre o etanol brasileiro pela Casa Branca.
As tensões surgem porque, enquanto o etanol brasileiro tem acesso ao mercado norte-americano sem tarifas, o Brasil impõe uma taxa de 18% sobre o etanol dos EUA, prejudicando os produtores do Meio-Oeste americano, tradicionais aliados do ex-presidente Trump. O impasse é agravado pela existência de barreiras à importação de açúcar nos EUA e pela ameaça que o etanol americano representa aos produtores do Nordeste brasileiro.
A administração Trump ainda não se manifestou claramente sobre suas intenções em relação ao etanol brasileiro. No entanto, o valor das exportações de etanol do Brasil para os EUA em 2023 foi de US$ 181,8 milhões, enquanto os EUA exportaram aproximadamente US$ 50,5 milhões em etanol para o Brasil.
Grande parte do etanol brasileiro é direcionado à Califórnia, devido às regulamentações rigorosas de redução de emissões. A possibilidade de ações contra o etanol brasileiro aumentou após a audiência de confirmação de Jamieson Greer como representante de Comércio dos EUA, onde ele destacou o etanol como um exemplo de desequilíbrio comercial e prometeu empregar investigações comerciais para pressionar o Brasil. A indústria de etanol será uma prioridade em sua gestão.
Publicado por Sarah Paula
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