Desmantelando Lacres em Resultados Diplomáticos
Após as rodadas iniciais de negociações entre Estados Unidos e Rússia, realizadas na Arábia Saudita, a atmosfera tornou-se tensa no Ocidente. A recusa da nova administração americana em seguir protocolos estabelecidos, ao não incluir o país invadido nas negociações, evidenciou a ruptura do elo transatlântico entre europeus e americanos. A postura de Trump em elogiar Putin e culpar a nação agredida revelou que a história compartilhada entre os dois lados do Atlântico já não tem peso suficiente para a Casa Branca.
Ao se referir à situação na Ucrânia, Trump desdenhou de Zelensky, rotulando-o de ditador e insinuando desvio de recursos destinados ao exército. Zelensky, ator e comediante, emergiu na política como um outsider, eleito presidente em 2019 por sua popularidade junto ao público. Seu mandato oficialmente terminaria em 2024, porém a imposição da Lei Marcial em 2022 e a complexidade logística impediram novas eleições. Com milhões de ucranianos refugiados na Europa e membros do exército, a realização de um pleito justo tornou-se inviável.
O caso ucraniano, embora não inédito, destaca uma realidade comum em tempos de guerra. Trump, ao acusar Zelensky e não Putin, incorre em hipocrisia, visto que o líder russo rege um regime autocrático há 26 anos, sem independência judicial, imprensa livre ou oposição política. A corrupção endêmica na Ucrânia, alimentada por oligarquias influentes, também desperta questionamentos sobre o destino dos recursos externos destinados ao país.
O interesse de Trump não parece ser a resolução do conflito russo-ucraniano em prol das populações afetadas, mas sim reforçar sua hegemonia geopolítica, inclusive humilhando aliados se necessário. Na visão MAGA, há apenas uma superpotência e a partilha de poder não é uma opção viável. Assim, Trump demonstra não apenas isolacionismo e protecionismo, mas também a humilhação de antigos parceiros como instrumento de dominação global.
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