Donald Trump trouxe à tona a questão da limpeza étnica assim que assumiu o cargo na Casa Branca, encontrando eco em Israel. A população israelita, em sua maioria, apoia a abordagem do presidente dos EUA, que propôs a criação de uma “Riviera do Oriente Médio”, envolvendo a remoção permanente dos palestinos de Gaza. Pesquisas feitas por canais de televisão locais indicam um apoio esmagador à ideia: 69% segundo o Canal 12, e ainda mais: 72% pelo Canal 13 e 76% pelo Canal 14. Surpreendentemente, não se ouvem políticos israelenses se opondo ao plano apresentado por Trump.
Num momento em que se celebra os 80 anos da libertação de Auschwitz, o Estado de Israel, fundado por sobreviventes do Holocausto, demonstra apoio significativo à remoção de 2,3 milhões de palestinos de Gaza, denominando esse processo de “emigração voluntária” ou “incentivo à emigração”. Paralelamente, nos EUA, 350 figuras proeminentes da comunidade judaica adquiriram um anúncio de destaque no New York Times, rejeitando veementemente a limpeza étnica proposta por Trump. Eles ressaltam a importância de dizer “NÃO à limpeza étnica!”, fazendo um paralelo com os horrores cometidos por Hitler na Alemanha nazista.
Enquanto isso, em Israel, a falta de uma resposta semelhante por parte de acadêmicos, artistas e líderes comunitários é notável. Um recente incidente, onde a polícia local invadiu e deteve proprietários de uma livraria em Jerusalém Oriental, provocou pouca indignação local. Este evento simbólico, onde livros foram literalmente pisoteados pela polícia, levanta questões sobre o futuro da liberdade de expressão e do acesso ao conhecimento na região.
Em contraste, a resistência palestina, representada, por exemplo, por poetas como Mosab Abu Toha, que compartilha a importância da poesia e da literatura como forma de preservar a identidade cultural e resistir às adversidades, traz à tona a força da palavra escrita e falada em meio a conflitos e opressão.
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