Por mais de trinta anos, cientistas canadenses monitoraram a vida marinha no Atlântico Norte sem encontrar um único tubarão-branco morto. No entanto, em um curto período, cinco desses animais foram descobertos sem vida, levantando um mistério alarmante.
Em situações semelhantes nos EUA, nove tubarões foram encontrados mortos sem evidências visíveis de ferimentos ou desnutrição. Análises microscópicas revelaram a presença de meningoencefalite, uma inflamação cerebral que afeta a função cognitiva desses animais.
A inflamação compromete a capacidade de nadar e se alimentar dos tubarões-brancos, tornando-os mais propensos a encalhar. Esse quadro, porém, não é uma doença específica, mas sim um sintoma de algo mais complexo e desconhecido, deixando os cientistas intrigados.

Enigma da Doença
Em entrevista, Harley Newton, cientista-chefe da OCEARCH, ressaltou a escassez de conhecimento sobre doenças naturais em tubarões selvagens. O aumento de ocorrências de inflamação cerebral entre esses animais preocupa, mas a real gravidade ainda é incerta dada a falta de informações abrangentes sobre sua saúde.
Newton foi a responsável por identificar a meningoencefalite em um tubarão-branco em 2022. Desde então, outros casos surgiram em locais distintos, como na Ilha do Príncipe Edward, no Canadá, e na Carolina do Sul, nos EUA. A origem desse problema ainda é desconhecida, aumentando o mistério.
Impacto nos Tubarões e no Ecossistema
Essa condição representa um desafio adicional para os tubarões-brancos, que já sofrem com pesca excessiva e degradação ambiental. Cerca de um terço das espécies de tubarões e parentes estão ameaçados de extinção, segundo a IUCN. A falta de estudos aprofundados sobre a população de tubarões do Atlântico Norte amplia a preocupação diante da misteriosa e letal doença.

Embora não haja evidências de disseminação generalizada da doença, o risco de propagação cresce caso seja de origem infecciosa. O estudo atento dos sinais precoces de doenças emergentes é crucial para a conservação dessas espécies marinhas vitais para o equilíbrio dos ecossistemas.
Rumo à Solução
Amostras de tecido cerebral de um dos tubarões foram enviadas para análise genética no Laboratório de Diagnóstico de Doenças Animais de Washington, buscando identificar possíveis agentes causadores da inflamação. A busca por respostas ainda é um desafio, mas a compreensão dessas doenças é essencial para a preservação dos predadores marinhos e o equilíbrio dos oceanos.
Estudar os tubarões encalhados é fundamental para decifrar esses mistérios e garantir a manutenção da saúde dos oceanos. Cuidar desses animais é crucial para preservar a integridade dos ecossistemas marinhos, mantendo uma cadeia alimentar equilibrada e saudável para as futuras gerações.
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