Rose Girone, a mais longeva sobrevivente do Holocausto, faleceu aos 113 anos em uma casa de repouso em Long Island, no leste de Nova York.
O óbito aconteceu na última segunda-feira (24), mas a notícia só foi divulgada na quinta-feira (27) por sua filha, Reha Bennicasa. A organização Claims Conference, que trabalha em busca de indenizações para sobreviventes do Holocausto, confirmou o ocorrido.
“Ela era uma mulher forte e resiliente. Lidava da melhor forma possível com situações terríveis. Sempre equilibrada e sensata, não havia problema que eu não pudesse levar até ela para ajudar a resolver – nunca – desde a minha infância”, afirmou Reha Bennicasa.
Rose Girone nasceu em 1912 na cidade de Janow, parte do antigo Império Russo, hoje localizada na Polônia. Batizada como Rosa Raubvogel, emigrou ainda criança com a família para Hamburgo, na Alemanha.
Nos anos 30, casou-se com o judeu alemão Julius Mannheim. Grávida de quase nove meses, em 1937, seu marido foi preso e enviado ao campo de concentração de Buchenwald. Pouco tempo depois, ela deu à luz sua filha Reha, cujo nome foi escolhido de uma lista restrita de nomes judaicos imposta pelos nazistas.
“Hitler tinha uma lista de nomes preparados para crianças judias, e esse foi o único do qual eu gostei. Então, escolhi esse nome para ela”, disse Girone em seu testemunho à USC Shoah Foundation.
Após a libertação do marido, a família fugiu da Alemanha em direção à China. Em Xangai, foram confinados em um gueto controlado pelas forças japonesas, aliadas dos nazistas.
SOBREVIVENTES DO HOLOCAUSTO
Segundo a Claims Conference, aproximadamente 245 mil sobreviventes do Holocausto residem atualmente pelo mundo, com 14 mil deles em Nova York. Com o falecimento de Girone, acredita-se que Mirjam Bolle, de nacionalidade israelense e nascida na Holanda, seja agora a mais idosa sobrevivente, prestes a completar 108 anos em 20 de março.
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