Neonazismo dos bilionários: desigualdade é virtude (Bräulio Rodrigues)

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Os desdobramentos do neonazismo entre os bilionários e a exaltação da desigualdade como virtude

A história revela conexões surpreendentes entre integrantes da elite mundial e ideologias controversas. A trajetória de Joshua Haldeman, identificado como avô materno de Elon Musk, evidencia vínculos com movimentos autodeclarados tecnocráticos nas décadas de 1930 e 1940. A Technocracy Incorporated, defendendo o domínio de cientistas e engenheiros na política, carregava nuances fascistas. Com o contexto da Segunda Guerra Mundial, o grupo foi suprimido devido a atividades ilegais.

Elon Musk, por sua vez, foi alvo de críticas em 2023 por denunciar o que chamou de “genocídio branco” na África do Sul. Tais episódios, somados ao respaldo questionável de movimentos políticos contestados, levantam questionamentos sobre suas inclinações ideológicas.

A possibilidade de uma nova forma de totalitarismo envolvendo bilionários, sob o disfarce de libertarianismo, é alarmante. A fusão de elementos autoritários e hierárquicos pode criar uma distopia tecnocrática, com a liberdade redefinida como controle elitista. A promoção da desigualdade como mérito, aliada a conceitos eugênicos e transumanistas, ressalta um futuro distópico de exclusão e manipulação.

Os perigos da privatização da liberdade e a ascensão das milícias privatizadas

O avanço da ideologia neoliberal entre os ultrarricos transforma a riqueza em pedestal, obscurecendo a exploração e culpabilizando os menos favorecidos. A liberdade individual se deteriora em um cenário onde os poderosos ditam as normas. A construção de uma realidade hiper-real, onde a imagem do sucesso se sobrepõe à realidade, molda percepções e incentiva a idolatria por cifras bilionárias.

O futuro vislumbra uma sociedade onde os serviços públicos desaparecem, cedendo espaço a forças militares privadas e milícias a serviço dos ricos. A justificativa da violência como defesa da liberdade dos mais abastados ecoa estratégias globalmente conhecidas, indicando um padrão de dominação oculto sob as vestes da liberdade.

A emergência desse totalitarismo 2.0, enraizado na retórica da liberdade, representa uma ameaça tangível. O culto ao trabalho e à meritocracia é mero artifício para manipular as massas alienadas. Esse paradigma distópico, onde a desigualdade é enaltecida e a humanidade é dividida em categorias, já está em curso, moldando os alicerces de nossa sociedade de maneira alarmante.

Bräulio Rodrigues, doutor em Direito pela Universidade Federal do Pará e pesquisador de teoria política. Artigo transcrito do Le Monde-Diplomatique-Brasil

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