Pesquisa Quaest: relação entre identificação política e renda no Brasil
A nova pesquisa Quaest revelou que a identificação política no Brasil está estreitamente ligada à renda. Enquanto os mais pobres se identificam mais com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a esquerda, a direita prevalece entre a classe alta, incluindo bolsonaristas e não bolsonaristas. Dados mostram que 28% dos mais pobres se consideram lulistas ou petistas, em comparação com 16% na classe média e 12% na alta. Já os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro aumentam proporcionalmente com a renda, chegando a 9% entre os mais pobres, 12% na classe média e 14% na alta.
A pesquisa, realizada ao longo do ano passado com 2.000 entrevistados, classificou os grupos de acordo com o Critério Brasil 2024. Os resultados indicam uma inclinação para a direita nas classes média e alta, porém, sem uma adesão automática ao bolsonarismo. O apoio à direita supera o apoio a Bolsonaro em todos os estratos sociais, sendo mais do que o dobro entre a classe alta.
Já no campo da esquerda, Lula mantém grande apoio na classe baixa, com 28% de adeptos, enquanto na classe média e alta, a porcentagem de apoiadores varia. Os dados revelam também que uma parte significativa da população, em todas as faixas de renda, não se identifica com nenhum espectro político dominante.
Outro ponto relevante da pesquisa é a relação entre renda e interesse por política. Nota-se que o interesse político aumenta à medida que a renda sobe, com a classe alta demonstrando maior engajamento nesse sentido.
Maioria apoia liberdade de expressão e confiança nas instituições
A pesquisa também abordou a liberdade de expressão e a confiança nas instituições. A maioria dos entrevistados defende o direito de se expressar, mesmo que de forma ofensiva, com um apoio numericamente maior entre os mais pobres. Já a confiança nas instituições varia, com destaque para a Igreja Católica, as Igrejas Evangélicas e os militares, que possuem índices de confiança consideráveis em todas as camadas sociais. Por outro lado, o Congresso Nacional é a instituição menos confiável, com maior desconfiança entre os mais ricos e menor na classe baixa.
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