Plano Amas: a nova arma da PF contra facções e crimes ambientais

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No coração da Amazônia, o crime organizado tece sua teia, controlando rotas ilegais e explorando impunemente os recursos naturais da floresta. Porém, a Polícia Federal (PF) está preparada para contra-atacar com uma nova ferramenta poderosa: o Plano Amazônia: Monitoramento e Ações Sustentáveis (Amas). Este projeto, financiado pelo Fundo Amazônia com um investimento de R$ 318,5 milhões, intensifica a fiscalização ambiental e atua no enfrentamento das facções criminosas que atuam na região.

No último ano, mais de 3 mil operações de fiscalização foram conduzidas pelo governo federal, resultando na apreensão de ouro, madeira e minerais extraídos ilegalmente, evidenciando a eficácia das ações do projeto.

O Plano AMAS se destaca pelo Projeto Ouro Alvo, que tem a capacidade de identificar a origem do ouro comercializado, diferenciando o material ilegal do lícito. Por meio da análise forense do ouro, é possível rastrear sua proveniência e desmontar esquemas de lavagem de minério ilegal, representando um golpe significativo às atividades criminosas na região.

Rastreando o Caminho do Ouro

“Quando apreendemos ouro, podemos identificar sua origem com base em sua composição química. Essa análise nos permite detectar atividades ilegais, como extração na Terra Yanomami, por exemplo. Coletamos amostras de diferentes regiões para comparação”, explica Renato Madsen, da PF.

O emprego de tecnologia avançada, como satélites e aeronaves, proporciona um monitoramento eficaz e ágil na identificação e combate aos crimes ambientais. Anteriormente, era necessário realizar sobrevoos com helicópteros para confirmar desmatamentos, mas agora, imagens de alta resolução possibilitam identificar áreas de destruição em tempo real, planejando ações precisas e eficientes.

“Hoje, temos a capacidade de visualizar o início do desmatamento e sua propagação, o que nos permite agir prontamente para mitigar os danos ambientais”, afirma Madsen.

Além disso, as investigações da PF revelam uma ligação estreita entre o tráfico de drogas e os crimes ambientais. As facções utilizam as mesmas rotas para contrabandear ouro, madeira e entorpecentes, fortalecendo suas operações na Amazônia.

“Observamos uma crescente conexão entre facções criminosas e crimes ambientais, onde as mesmas vias usadas para atividades ilegais servem também para o tráfico de drogas”, alerta o coordenador da PF. Entre 2023 e 2024, a presença dessas organizações criminosas aumentou em 46% em cidades amazônicas.

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