Recentemente, o possível encontro entre Vladimir Putin e Donald Trump despertou interesse com a missão de encerrar o conflito na Ucrânia. Em paralelo, vale lembrar que exatamente 80 anos atrás, a Crimeia, ponto focal das tensões entre russos e ucranianos desde 2014, sediou a Conferência de Yalta. Este importante evento reuniu Franklin Roosevelt, Josef Stálin e Winston Churchill, os quais redefiniram as esferas de influência de potências mundiais, moldando relações que perduraram por décadas.
Em fevereiro de 1945, os líderes chegaram à Crimeia, no Mar Negro, certos da vitória na maior guerra já vivenciada pela humanidade. Entretanto, sob a atmosfera paradisíaca de Yalta pairava a desconfiança mútua sobre as ambições de cada um pela hegemonia política e econômica.
Stálin, anfitrião do encontro, disponibilizou os palácios de Livadia, Vorontsov e Yusupov para as delegações, um para cada país. Os americanos ocuparam o Palácio de Livadia, de grande valor histórico. Enquanto os britânicos se instalaram no Vorontsov, nomeado em homenagem a um herói da campanha contra Napoleão Bonaparte. As negociações entre os líderes abordaram diversos temas complexos, que resultaram em inúmeras discussões e discordâncias.
Churchill demonstrou ciúme em relação à proximidade entre Roosevelt e Stálin. O embate culminou com o acordo entre os EUA e a URSS para combater o Japão, deixando Churchill alijado. Esta exclusão marcou a perda de prestígio da Europa na nova ordem mundial.
Assim como ocorreu há oito décadas, os EUA e a Rússia buscam liderar uma solução para a Ucrânia, relegando mais uma vez a Europa a um papel secundário. Contudo, se antes a Ucrânia foi anfitriã, hoje é protagonista, situada no epicentro das negociações. O futuro do país permanece incerto, fragmentado por tensões geopolíticas.
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