Hugo Motta (Republicanos-PB), aos 35 anos, assume a presidência da Câmara dos Deputados, alternando entre acenos à esquerda e à direita. Em uma dança política, ora defende a legitimidade de Lula e critica a rigidez da Lei da Ficha Limpa, ora agrada a Bolsonaro e sua base bolsonarista.
Enquanto Lula agradece a postura conciliatória de Motta, Bolsonaro busca apoio para anistias que o beneficiem. Mesmo com histórico de apoio a Lula, Bolsonaro agora critica a Lei da Ficha Limpa, denunciando-a como uma ferramenta de perseguição política seletiva.
O embate entre os extremos representados por Lula e Bolsonaro encontra em Motta um intermediador, que busca equilíbrio entre os interesses opostos. Enquanto o ex-presidente reprova Bolsonaro publicamente, Motta o recebe calorosamente em busca de diálogo e apoio político.
Motta se posiciona a favor de anistias aos condenados por tentativas de golpe, argumentando que a punição deve ser proporcional aos atos cometidos. Essa postura, alinhada com setores da extrema-direita bolsonarista, contrasta com a visão mais rígida do Supremo Tribunal Federal, que está prestes a julgar Bolsonaro e seus aliados.
Com a iminência de julgamentos e condenações, a inelegibilidade de Bolsonaro se estenderá para além de 2030. Motta, ciente desses desdobramentos, busca apoio popular e político, ainda que a anistia almejada por Bolsonaro encontre resistência no Senado e, provavelmente, no Supremo Tribunal Federal.
O desafio de Motta é ocupar uma cadeira que, por enquanto, parece maior que ele mesmo. Que sua jornada política seja marcada por crescimento e maturidade para lidar com os desafios do cargo que ocupa.
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