O anúncio das tarifas impostas pelo novo governo de Donald Trump sobre o México, Canadá e China teve um impacto avassalador nas bolsas de valores da Ásia nesta segunda-feira (3/2). O temor de uma potencial guerra comercial global gerou instabilidade nos mercados financeiros, conforme relatado pelo jornal britânico The Guardian.
O dólar americano atingiu níveis recordes em relação ao yuan chinês no mercado offshore, além de registrar o maior patamar desde 2003 em relação ao dólar canadense e desde 2022 em relação ao peso mexicano.
Destaques
- O índice ASX 200 da Austrália iniciou o dia com uma redução superior a 2%, revertendo o recorde estabelecido na última sexta-feira (31/1).
- As empresas de mineração, como BHP e Rio Tinto, influenciaram a queda dos preços das commodities.
- O índice Hang Seng de Hong Kong abriu com uma baixa de 0,9%.
- Os contratos futuros europeus também apresentaram quedas significativas, chegando a 3,4%, após Donald Trump mencionar em uma coletiva de imprensa que os países da União Europeia podem ser os próximos alvos das medidas tarifárias.
- O euro sofreu uma queda de até 2,3%, atingindo US$ 1,0125.
Em Taiwan, o Taiex registrou uma queda de 4,4% na abertura, com destaque para a forte redução de mais de 6% da gigante de semicondutores TSMC. Enquanto isso, o índice Topix do Japão apresentou uma queda de até 2,3%.
O Kospi da Coreia do Sul também teve uma diminuição de até 2,4%, liderada por grandes exportadoras com exposição nos mercados globais, como Samsung e LG no setor de eletrônicos, além da montadora Kia.
Vale ressaltar que a China não foi afetada, uma vez que seus mercados permaneceram fechados por conta do feriado do ano novo lunar.
União Europeia como próximo alvo
“Veremos o que acontece”, declarou o presidente dos EUA ao ser questionado sobre os próximos países a serem alvo das tarifas. Ele afirmou que a União Europeia será certamente incluída, mencionando que o superávit comercial europeu com os EUA é injusto.
“Eu imporei tarifas à União Europeia? Você quer uma resposta sincera ou política? Com certeza. A União Europeia tem nos tratado de maneira terrível”, criticou Trump, referindo-se ao superávit comercial do bloco europeu com os EUA.
No domingo (2/2), a União Europeia declarou que responderá “firmemente” caso Trump cumpra sua promessa de aumentar as tarifas sobre os produtos importados do bloco europeu.
Até o momento, a UE esperava evitar conflitos comerciais com Trump, apesar das insinuações feitas pelo presidente desde a campanha eleitoral sobre possíveis barreiras comerciais em relação aos produtos europeus.
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