Um julgamento envolvendo um assassinato na região de Padre Bernardo, Goiás, teve sua sessão interrompida devido a problemas técnicos e uma controvérsia ligada aos jurados. A defesa do acusado ofereceu pagar a hospedagem do júri em um hotel, porém o dinheiro utilizado veio de um advogado com laços políticos na região. O réu, Wallisson Gonçalves dos Reis, é filho de ex-prefeitos da região e enfrenta acusações não somente pelo homicídio, mas também por outros crimes na área.
Durante o julgamento na Câmara de Vereadores de Padre Bernardo, devido à falta de condições no fórum local, questões relacionadas à infraestrutura, acomodação dos jurados e das testemunhas surgiram. Após descontentamento dos jurados com a hospedagem em uma escola pública, a defesa manifestou o interesse em custear o hotel, o que resultou em polêmica quando se descobriu a origem dos valores. Diante disso, o conselho de sentença e o júri serão desfeitos, tendo novos membros selecionados aleatoriamente para garantir imparcialidade.
A família do réu tem fortes laços políticos na região, com o prefeito de Mimoso de Goiás sendo primo do acusado, e o ex-prefeito ocupando cargo administrativo na cidade. Além disso, o advogado que pagou a estadia dos jurados possui contratos na prefeitura local e familiares em posições estratégicas no governo municipal.
Após problemas técnicos durante o julgamento, com queda de energia afetando a gravação de depoimentos, a continuação do processo foi remarcada para o final de março. O Ministério Público de Goiás investigará os fatos relacionados aos pagamentos e a Prefeitura de Mimoso de Goiás reiterou que não se envolve nos processos judiciais, mantendo distância das polêmicas em torno do caso.
Em nota, os ex-prefeitos e pais do acusado negaram qualquer interferência política nos processos judiciais e reafirmaram confiança na justiça. Tentativas de contato com os antigos jurados e o hotel não obtiveram sucesso, enquanto o desenrolar desse caso complexo segue sob escrutínio público.
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