Um novo capítulo na preservação da natureza se inicia com a liberação de 41 ararinhas-azuis na Caatinga, após um delicado processo de reintrodução ao seu habitat natural. Essas aves, trazidas da Alemanha, passaram por exames e cuidados veterinários antes de serem transferidas para o Centro Científico para Fins Conservacionistas do Projeto Reintrodução, em Curaçá (BA).
O diretor da Associação para a Conservação de Aves Ameaçadas (ACTP) no Brasil, Cromwell Pucharse, destaca que a soltura das aves está condicionada à sua prontidão. Fatores como diversidade genética, idade e características comportamentais são analisados com cuidado para garantir o sucesso desse importante processo. Agora, com as autorizações necessárias em mãos, inicia-se o preparo para reintrodução das ararinhas-azuis ao seu ambiente natural.
Uma colaboração internacional foi fundamental nesse processo. O Greens Zoological Rescue and Rehabilitation Center (GZRRC), na Índia, e a BlueSky atuaram respectivamente no cuidado prévio das aves e na restauração do ecossistema da Caatinga, favorecendo a adaptação das ararinhas ao ambiente. A ACTP, por sua vez, desempenhou papel crucial no manejo das aves, em cooperação com autoridades brasileiras, como a Polícia Federal e o Ibama.
A ararinha-azul, considerada extinta na natureza desde 2000, agora tem a chance de retornar graças aos esforços conjuntos de diversos institutos, zoológicos e do governo brasileiro. A reprodução em cativeiro possibilitou a reintrodução gradativa da espécie, promovendo a recuperação dessa ave tão ameaçada no bioma Caatinga.
Ao longo dos últimos cinco anos, a ACTP enviou um total de 101 ararinhas-azuis para o Centro de Reintrodução em Curacá, representando um terço da população total da espécie. Esse esforço resultou na liberação de cerca de 20 aves em 2022, com sete filhotes nascidos na natureza desde então, um sinal promissor para a preservação dessas aves icônicas.
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