O Canadá e o México decidiram adotar medidas de retaliação em resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos, após a determinação do presidente Donald Trump de impor uma taxa de 25% sobre produtos importados desses países. Essa ação marca uma nova fase na guerra comercial entre os países vizinhos da América do Norte.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, comunicou que o Canadá implementará uma tarifa de 25% sobre mercadorias americanas no valor de 155 bilhões de dólares canadenses (US$ 107 bilhões). Essa medida será aplicada em duas etapas: inicialmente, serão afetados produtos no valor de 30 bilhões de dólares canadenses, com a segunda fase programada para 21 dias depois, abrangendo o restante dos produtos caso os EUA não reajam às tarifas impostas.
Trudeau criticou a ação de Trump, classificando-a como “ilegal”. Ele afirmou que o Canadá contestará as tarifas na Organização Mundial do Comércio (OMC) e em mecanismos do acordo comercial USMCA. Além disso, Trudeau declarou que os canadenses são pacíficos, porém não hesitarão em lutar se necessário. O governo do Canadá também está considerando implementar barreiras não tarifárias para reforçar sua resposta.
O México, por sua vez, também expressou que tomará medidas contra as tarifas definidas pelos Estados Unidos. A presidente Claudia Sheinbaum mencionou que há planos em espera para diferentes cenários e que a resposta oficial será dada após a decisão definitiva de Trump. Dados do governo mexicano indicam que as apreensões de fentanil na fronteira com os EUA diminuíram cerca de 49,9% entre outubro e janeiro.
O impacto econômico dessas novas tarifas já está sendo sentido, com quedas significativas nas bolsas de valores americanas. O S&P 500 teve uma queda de 1,75%, o Nasdaq recuou 2,64% e o Dow Jones perdeu 1,47%. Empresas como Nvidia e ConocoPhillips foram especialmente afetadas, com desvalorizações de 8,69% e 6,58%, respectivamente.
Além disso, Trump também elevou as tarifas sobre produtos chineses para 20%, levando Pequim a anunciar tarifas adicionais entre 10% e 15% sobre produtos agrícolas americanos, como carne, soja e milho, a partir de 10 de março. Essa crise comercial intensifica a incerteza no mercado e pode resultar em aumento nos preços de produtos básicos para os consumidores dos EUA. Especialistas alertam que os efeitos dessa disputa tarifária serão abrangentes e poderão impactar a estabilidade econômica da região.

                                    
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