Neste domingo (16/3), El Salvador recebeu a chegada de 238 supostos membros do grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua, encaminhados pelos Estados Unidos para cumprir pena em uma prisão de segurança máxima no país. Essa ação foi resultado da aplicação de uma antiga lei de guerra pelo presidente Donald Trump para deportar migrantes, decisão que foi contestada por um juiz federal.
O presidente salvadorenho Nayib Bukele comunicou que os primeiros 238 integrantes da organização criminosa foram transferidos imediatamente para o Centro de Confinamento de Terroristas (Cecot), por um ano, período passível de renovação.
No mês anterior, durante uma reunião com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, Bukele havia se oferecido para abrigar prisioneiros do país norte-americano. Essa proposta foi feita no mesmo momento em que os Estados Unidos classificaram o grupo criminoso venezuelano como uma organização terrorista, juntamente com a gangue Mara Salvatrucha (MS-13).
A medida de deportação dos membros do Tren de Aragua foi justificada por Donald Trump invocando a Lei de Inimigos Estrangeiros, datada de 1798, alegando que tinha o direito de declará-los como “estrangeiros inimigos”. Mesmo com a suspensão temporária da ordem de deportação por um juiz federal, os prisioneiros já estavam a caminho de El Salvador e a Casa Branca tem a possibilidade de recorrer da decisão até segunda-feira (17/3).
Os detentos chegaram em três aeronaves nas primeiras horas do dia ao aeroporto salvadorenho, sendo recebidos por militares que os encaminharam para o Cecot. Os prisioneiros foram acorrentados e levados em ônibus para a prisão. Ao chegar lá, seguiram ritual de identificação pelos agentes penitenciários, com corte de cabelo e encaminhamento para suas celas vestindo roupas simples.
O Cecot, localizado em Tecoluca, a 75 km ao sudeste de San Salvador, é a maior prisão da América Latina e foi construído por Bukele para combater as gangues, fazendo parte de sua estratégia de enfrentamento iniciada há quase três anos.
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