A nova estratégia de Alexandre de Moraes para pressionar Gilberto Kassab contra a anistia do 8/1
Como relator do inquérito do golpe no STF, o ministro Alexandre de Moraes adotou uma nova abordagem para pressionar o presidente do PSD, Gilberto Kassab, a não apoiar o projeto de anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro. Em 19 de março, Moraes determinou que uma investigação contra Kassab por corrupção passiva, caixa 2 e lavagem de dinheiro, originada da Lava Jato, retornasse ao STF para ser novamente analisada pelo ministro.
O inquérito, que em 2019 havia sido encaminhado por Moraes à Justiça Eleitoral de São Paulo, resultou em 2021 na aceitação, por parte da Justiça, da denúncia do Ministério Público contra Kassab, tornando-o réu no caso.
Recentemente, Moraes decidiu reaver a investigação contra Kassab em suas mãos no STF, baseando-se na alteração de entendimento da Corte sobre a prerrogativa de foro. Segundo o novo entendimento do Supremo, o foro privilegiado ainda se aplica mesmo após o indivíduo deixar o cargo ou mandato, nos casos de crimes praticados durante e em função do exercício da função.
O inquérito examina a alegação de que Kassab teria recebido R$ 16 milhões em propina da JBS em troca de apoio político. Kassab afirma ter recebido o valor por serviços empresariais prestados quando não estava no setor público.
Pressão contra a anistia
Nos bastidores, fontes do Judiciário interpretam a nova decisão de Moraes como uma maneira de pressionar Kassab e seu partido a não apoiar o projeto de anistia, conforme sinalizado por lideranças do PSD. Em fevereiro, Kassab se encontrou com Jair Bolsonaro para discutir o apoio do partido à anistia, em uma reunião no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
Cabe ressaltar: Bolsonaro mencionou: “Há poucos dias resolvei um velho problema com Kassab, em São Paulo. Ele está ao nosso lado com sua bancada para aprovar a anistia em Brasília. Todos os partidos estão vindo”, durante evento em Copacabana em 16 de março.
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