Alesp: PM no plenário e vetos marcam 1º mandato de André do Prado
Com o apoio político de Valdemar Costa Neto (PL), André do Prado está prestes a ser reeleito na presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) neste sábado (15/3) após um mandato repleto de projetos controversos e sua estreita relação com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
André ascendeu à presidência da Casa em 2023 através de manobras políticas de Valdemar, mas ao longo de seu mandato conquistou independência e se firmou como um dos principais aliados de Tarcísio. Atualmente, seu nome é cogitado para concorrer ao Senado e também integrar a chapa do PL para o governo de São Paulo.
O reconhecimento dos deputados, que aprovaram uma emenda na Constituição paulista para permitir a reeleição de Prado, vai desde a base de apoio até a bancada de oposição, representada pelo PT, que em troca da 1ª secretaria este ano, endossa a presidência, conforme declarou o líder petista, Paulo Fiorilo, ao Metrópoles, elogiando a gestão por sua defesa da proporcionalidade.
Gás de pimenta no Plenário
Contudo, a atmosfera colaborativa com a oposição é contrastada por episódios turbulentos. Logo em seu primeiro ano na presidência da Alesp, André do Prado viabilizou a privatização da Sabesp, uma das prioridades de Tarcísio, em um cenário de empurrões e insultos entre os deputados durante a votação.
Na ocasião, parlamentares do PT, PCdoB, PSol, Rede e PSB se abstiveram da votação em forma de protesto contra o que consideraram uma postura “intransigente” do presidente, que retomou a votação pouco depois da confusão no plenário.
As críticas à condução de André do Prado também surgiram ao continuar a apreciação do projeto das escolas cívico-militares após uma sessão marcada por violência em maio de 2024.
No dia da votação, um grupo de manifestantes, majoritariamente estudantes, entrou em conflito com a Polícia Militar (PM), que recorreu ao uso de gás de pimenta contra os manifestantes e montou barricadas na Alesp para evitar tentativas de invasão ao plenário.
Vetos, emendas e articulação com Tarcísio
Tanto na questão da Sabesp quanto nas escolas cívico-militares, André do Prado demonstrou firmeza em aprovar pautas polêmicas de interesse de Tarcísio.
Durante sua gestão na presidência, o governo obteve aprovação para todos os seus projetos na Alesp, incluindo uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduziu o percentual mínimo destinado pelo estado às despesas educacionais – a PEC do Manejo.
Conforme reportagem do Metrópoles, na época, Tarcísio comprometeu-se a quitar emendas atrasadas aos deputados da base em um jantar dois dias antes da aprovação em primeira votação da PEC.
Mediada por André do Prado, a relação do governador com os legisladores é marcada pela frequência dos vetos de Tarcísio a projetos aprovados pela Alesp, tanto da oposição quanto da base aliada. Alguns deputados criticam a “falta de justificativa” para tais vetos, enquanto outros demonstram compreensão, entendendo que os vetos ocorrem por razões técnicas.
Única candidata de oposição a André do Prado na eleição deste sábado (15/3), Paula da Bancada Feminista (PSol) argumenta que tal postura sugere uma “carência de independência” da Alesp sob a liderança de André do Prado.
“Enquanto somente os projetos do governador são aprovados, outros deputados têm seus projetos vetados quase que integralmente, seja da oposição ou da base. E para esses projetos, não há revogação do veto, nem qualquer comprometimento da presidência em derrubar esses vetos”, destacou a parlamentar ao Metrópoles.
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