Bolsonaro volta a Copacabana, tenta focar anistia e deixa protestos contra Lula em 2º plano

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Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, está concentrando esforços na mobilização para uma manifestação em Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo (16), com foco no apoio ao projeto de anistia aos envolvidos nos eventos golpistas de 8 de janeiro. O objetivo principal é demonstrar o apoio popular a essa proposta, que tem ganhado força na Câmara dos Deputados com o respaldo do centrão, incluindo partidos como Republicanos, PSD, União Brasil e PP. A intenção é pressionar pela aprovação do projeto, ao mesmo tempo que busca desacreditar as acusações feitas contra Bolsonaro pela Procuradoria-Geral da República em relação à suposta trama golpista após a eleição presidencial de 2022.

Embora críticas ao presidente Lula não sejam proibidas, o enfoque principal do ex-presidente Bolsonaro na manifestação está na defesa do projeto de anistia, buscando convencer parlamentares com posturas neutras em relação ao governo e à oposição para garantir a votação da proposta no plenário. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), se comprometeu a colocar o projeto em votação, caso haja apoio majoritário na Casa. Esse compromisso foi parte do acordo que levou à sua eleição no início do ano.

O ex-presidente espera a presença de cerca de um milhão de pessoas em Copacabana, embora aliados considerem esse número exagerado e não tenham divulgado uma expectativa oficial de público. A Prefeitura do Rio de Janeiro ainda não informou sobre o esquema de bloqueio de ruas para o evento.

Embora alguns apoiadores tenham tentado incluir o impeachment do presidente como mote para o ato, Bolsonaro, ao oficializar a convocação, direcionou o foco para a mensagem “fora Lula 2026” e “anistia já”. Nas últimas semanas, Bolsonaro tem ligado a manifestação exclusivamente à defesa dos presos em decorrência dos eventos golpistas, deixando de lado as críticas ao petista.

O retorno de Bolsonaro a Copacabana ocorre num momento em que ele busca demonstrar força política diante das acusações que tem enfrentado. A anistia aos condenados pelos eventos de 8 de janeiro tem como objetivo possibilitar a reversão, no futuro, da inelegibilidade imposta a Bolsonaro.

Mesmo impedido de concorrer às eleições até 2030 devido a condenações na Justiça Eleitoral, Bolsonaro mantém o desejo de se lançar como candidato à Presidência em 2026, apostando numa mudança judicial, embora sem perspectivas claras nesse sentido. Uma das razões para a sua inelegibilidade foi a realização de um ato de campanha no mesmo local parecido para este domingo, considerado abusivo pelo TSE, que entendeu haver interferência nas celebrações oficiais do Bicentenário da Independência em Copacabana no dia 7 de setembro de 2022.

Em abril do ano passado, Bolsonaro convocou outra manifestação em Copacabana defendendo a liberdade de expressão e criticando o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Desta vez, os discursos não devem incluir críticas a Moraes e aos demais ministros da Suprema Corte. O evento conta com o financiamento do pastor Silas Malafaia, mas Bolsonaro e seus apoiadores não se comprometem com as falas do líder religioso.

O ato prevê discursos do senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, e da vereadora de Fortaleza, Priscila Costa, além da presença dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e de Santa Catarina, Jorginho Mello. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que mantém uma relação ambígua com Bolsonaro, é a provável ausência. Bolsonaro já convocou um novo ato para o dia 6 de abril na avenida Paulista, com a mesma pauta.

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