Brasil critica mudança na liderança da OEA e diz que organização é seletiva ao defender democracia
A capital dos Estados Unidos, Washington, testemunhou, nesta segunda-feira (10), a transição na liderança da Organização dos Estados Americanos (OEA), um evento que suscitou críticas por parte da diplomacia brasileira. O Brasil expressou seu descontentamento, argumentando que a OEA tem adotado uma postura de estigmatização em relação a determinados países e tem sido seletiva na promoção da democracia na região.
A secretária-geral do Itamaraty, Maria Laura da Rocha, enfatizou que a “lógica de exclusão e estigmatização” voltou a predominar nas ações da OEA. Ela ressaltou a perda de credibilidade da organização em relação a crises políticas, como as enfrentadas por Venezuela e Nicarágua, que escolheram se afastar do fórum devido à pressão exercida pela entidade.
A crítica do Brasil também se relaciona ao longo mandato de dez anos do uruguaio Luis Almagro, que se concentrou em criticar regimes autoritários de esquerda. Maria Laura da Rocha argumentou que a OEA tem adotado uma postura maniqueísta, evocando uma mentalidade que remonta à Guerra Fria, e que a defesa da democracia tem sido marcada por uma “seletividade política” que compromete sua legitimidade. Com a chegada do novo secretário-geral, Albert Ramdin, há expectativas de que a OEA possa adotar uma postura mais neutra e promover um diálogo mais construtivo entre as nações membros. Ramdin, que já ocupou o cargo de secretário-geral adjunto da OEA, é visto como alguém capaz de facilitar a comunicação e restabelecer canais de diálogo que foram prejudicados nos últimos anos.
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