O Brasil e a Venezuela oficializaram um acordo de cooperação agrícola recentemente, marcando um novo capítulo na relação entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Essa relação, que oscilou entre momentos de proximidade e afastamento, foi tema de debates políticos ao longo dos anos.
Após a assinatura do acordo, Maduro anunciou a entrega de terras para o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). No entanto, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que essa ação não está diretamente ligada ao memorando de entendimento estabelecido.
Críticas surgiram em relação à proximidade de Lula com o regime venezuelano, especialmente durante seu terceiro mandato, à medida que Maduro enfrentava impopularidade e rejeição internacional. Em meio a isso, Lula chegou a defender e reabilitar Maduro, enfrentando controvérsias ao questionar conceitos democráticos na Venezuela.
Entretanto, a relação entre os dois líderes ficou tensa após a eleição controversa de Maduro, com suspeitas de fraudes. Enquanto parte da comunidade internacional questionava a legitimidade do pleito, Lula se distanciou de Maduro, criticando as ações do governo venezuelano. Apesar disso, manteve o diálogo aberto e se opôs às sanções econômicas dos EUA contra a Venezuela.
Um momento de atrito ocorreu quando Maduro questionou a segurança das eleições no Brasil, levando o Tribunal Superior Eleitoral a esclarecer a transparência do sistema brasileiro. Mesmo diante de discordâncias, em janeiro deste ano houve uma nova aproximação, com o envio de representantes brasileiros à posse de Maduro.
O memorando de entendimento entre Brasil e Venezuela visa cooperação técnica na agricultura, abrangendo o desenvolvimento rural, monitoramento agrícola, controle de pragas, melhoramento genético animal, produção de alimentos estratégicos, entre outros. As terras destinadas ao MST estão planejadas para produzir alimentos para consumo local e exportação.
O Ministério das Relações Exteriores negou qualquer relação direta entre a entrega de terras por Maduro e o acordo assinado, destacando que a implementação de projetos ainda não está em andamento. O memorando busca explorar intercâmbios nas áreas agrícola e pecuária, sem amparar legalmente a execução imediata de iniciativas conjuntas.
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