As declarações de Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, causaram polêmica ao propor a exclusão de alimentos e energia do cálculo da inflação. Essa medida sugere que a variação dos preços desses itens não deveria influenciar a decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic.
Alckmin citou o exemplo dos Estados Unidos, onde alimentos e energia são retirados do cálculo da inflação, considerando fatores como clima e geopolítica que afetam diretamente esses preços. A proposta não é nova, pois o vice-presidente já havia mencionado essa ideia em 2024.
Segundo Alckmin, é necessário aumentar os juros em áreas que efetivamente possam reduzir a inflação.
Críticas e Reflexões
A sugestão de mudança no cálculo da inflação, vista nos bastidores como uma tentativa de controlar a inflação de forma controversa, levanta preocupações. Em um cenário de inflação em alta, especialistas e a sociedade defendem um debate amplo e informado antes de implementar qualquer alteração.
A analista Bea Aguillar destaca que nos EUA é comum separar o índice de inflação (CPI) em inflação completa e núcleo da inflação, que exclui itens voláteis. Essa abordagem auxilia o Federal Reserve (Fed) na tomada de decisões sobre os juros. Alckmin parece sugerir uma reflexão semelhante para o Banco Central brasileiro.
Juros e Inflação no Brasil
O Copom aumentou a Selic para 14,25% ao ano, o maior patamar em uma década, em uma tentativa de conter a inflação que atingiu 5,06% nos últimos 12 meses. Com projeções indicando um IPCA de 5,65% para este ano, acima da meta de 3%, o desafio de equilibrar taxas de juros e inflação permanece.
A discussão sobre a exclusão de alimentos e energia do cálculo inflacionário traz à tona a complexidade das políticas monetárias em um contexto de desafios econômicos significativos.
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